As entidades que representam os carreteiros autônomos no Estado de São Paulo (Sindicam, Sinditanque, Unicam e Abcam) iniciaram um processo de consulta à categoria para definir os próximos passos a serem adotados contra a restrição a caminhões na Marginal Tietê. Entre as ações, as entidades não descartam “a possibilidade de realizar uma grande manifestação nos próximos dias para chamar a atenção das autoridades, que insistem em não ouvir os reclamos dos autônomos, os únicos prejudicados com a restrição na Marginal Tietê”, diz nota oficial emitida pelos sindicatos.
Os representantes do setor afirmam não concordar com a restrição, “por entenderem que faltamente haverá aumento de custos que serão, obrigatoriamente, repassados para o preço final dos produtos”.
Norival de Almeida Silva, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo, dá um exemplo para demonstrar a importância da discussão da medida. “Para se ter um exemplo do que estamos falando, uma carga que saia de Guarulhos, zona Norte da grande São Paulo, com destino a Barueri, zona Oeste da grande São Paulo, percorreria 30 quilômetros utilizando a Marginal Tietê, no horário comercial. Essa mesma carga terá que percorrer 143 quilômetros em horário de restrição, para ser entregue no mesmo destino. São 113 quilômetros a mais. O que deverá triplicar o custo do frete, que com certeza será repassado”, avalia.
Além dessas situações, há questões pontuais como o transporte de carga liquida, que necessita de tratamento especial, pois atendem inclusive ao abastecimento de postos de combustíveis na cidade, entre outros. “Não somos contra a restrição, mas exigimos que as alternativas sejam viáveis. Sem que o Rodoanel Leste esteja concluído, não existe a menor possibilidade de restringir o acesso à Marginal Tietê em nenhum horário”, destaca.
Atualmente o Estado de São Paulo possui cerca de 255 mil motoristas autônomos, responsáveis por uma frota de 270 mil veículos. Somente na Capital há 54 mil carreteiros autônomos.