A cada edição do Salão Internacional de Veículos comerciais em Hannover (Alemanha), o IAA, considerado o maior do mundo no setor, os organizadores levam ao encontro um tema central de relevância   ao segmento do transporte rodoviário de cargas e passageiros. Faz tempo que um dos assuntos mais discutidos tem sido a busca por alternativas viáveis ao óleo diesel, veículos comerciais autônomos e conectividade. Embora pareçam ser coisas distintas, todos estão direcionados a um setor mais eficiente, seguro e com menos emissões de gases na atmosfera por veículos automotores.

Com a forte influência do diesel sobre os custos do transporte rodoviário, somada à constante preocupação com a poluição, por uma fração da população mundial, de organizações, cientistas e de empresas com o aquecimento global, e as respectivas consequências ao meio ambiente e por consequência à vida na terra, o IAA deste ano passou a forte impressão de ter sido um divisor de águas, tanto na questão da eficiência do transporte quanto em relação às emissões veiculares.

Com a aplicação de tecnologias de automação, conectividade, pesquisas e desenvolvimento de motores mecânicos para operar com combustíveis alternativos ao diesel, e o uso de baterias para mover veículos comerciais, a indústria automotiva demonstrou que as mudanças já começaram e que muitas outras virão rapidamente nos próximos anos.

Caminhões elétricos, híbridos e a gás já estão prontos para o mercado; a conectividade, por sua vez, já vem sendo utilizada, inclusive no Brasil, para facilitar a vida de quem transporta. Pode se dizer também que agora é a hora dos veículos semiautônomos, no qual se incluem modelos que já começam a ser comercializados em 2019. Surgem como um primeiro passo para a total autonomia, para os quais o caminho natural parece ser primeiro em operações em ambientes fechados e controlados. Para circular em cidades e estradas não há data prevista, e muito menos legislação para essa fase da automação.

O fato é que o evento deste ano em Hannover mostrou que chegou a hora de acelerar a introdução dos veículos com combustíveis mais limpos e novas tecnologias, algumas delas além de nossa imaginação. Um exemplo vem da ZF, empresa que desenvolve sistemas inteligentes que fazem o veículo ver, pensar e agir ao ponto de evitar uma colisão ou atropelamento de um pedestre. Ou então que ao comando do motorista realize a manobra mesmo sem o profissional do volante estar dentro da cabine. Ou uma van que, sem local para ser estacionada, dá uma volta no quarteirão, no modo autônomo, enquanto o motorista faz a entrega ao destinatário.

É o futuro que já chegou, porém não pegou ninguém de surpresa. Há anos a indústria tem mostrado, aos poucos, pesquisas que culminariam com essa mudança no mundo do transporte rodoviário. Isso tudo sem esquecer a indústria de implementos, sempre buscando materiais mais leves e formas mais rápidas de carga e descarga de seus produtos. Porém, no âmbito da fonte de energia, qualquer que seja a alternativa para combustível, eletricidade ou gás, será necessário ter uma infraestrutura eficiente de abastecimento.