Por João Geraldo
A nova geração da Sprinter – van para carga e passageiros, produzida na planta da Mercedes-Benz na Argentina, está chegando ao mercado com novo design, interior renovado e maior capacidade de transporte, além de um pacote com itens de série que tornam o modelo mais competitivo nos segmentos em que concorre nos vários mercados da América do Sul. Por trás de todo investimento recebido, com renovação da linha e atendimento pós-venda diferenciado, está o firme propósito da marca em aumentar sua participação nos mercados do continente, especialmente no brasileiro, o qual absorve 60% da produção do modelo na Argentina.
As vendas de large van (com até 5 toneladas de PBT), atualmente atendido por modelos de diversos fabricantes, encontram-se em plena ascensão no Brasil, com volume superior a 40 mil unidades em 2012, volume inferior apenas que as 44,6 mil comercializadas no ano passado, porém superior às 35,3 mil registradas em 2010. “O mercado brasileiro é o que mais tem crescido para este tipo de veículo, e deverá encerrar 2014 com 50 mil unidades”, prevê Adriana Taqueti, gerente sênior de vendas e marketing de vans da Mercedes-Benz do Brasil. “A meta da empresa é crescer 5% anualmente nos próximos cinco anos e atingir 20% de participação”, acrescentou.
Reprojetada para atender condições de operação no Brasil, o maior mercado do modelo na America Latina, a nova Sprinter é equipada de linha com sistema eletrônico ABS (impede travamento das rodas), ASR (não deixa as rodas patinarem), BAS (aumenta a potência da frenagem) e EBV (distribui a frenagem entre os eixos) e também o ESP Adaptativo, sistema que controla a frenagem de acordo com a distribuição da carga e o centro de gravidade do veículo. Chassi tubular, portas corrediças de fábrica nas duas laterais, air bag (opcional para o passageiro), vidros elétricos, faróis de neblina e rádio também são itens de série, assim como vidros elétricos, faróis de neblina, desembaçador de retrovisores e travamento das portas. Aparelho de ar condicionado não é item de série e custa R$ 7 mil.
A linha Sprinter é disponível em três opções de entreeixos Curto, (com 3.250mm e diâmetro de giro de 12.300 metros), Longo (com 3.665mm e diâmetro de giro de 13.600 metros) e Extra Longa (com 4.325mm e diâmetro de giro de 15.600 metros). A versão furgão para o transporte de cargas passou a ser oferecida também envidraçada com janelas, além de uma versão para uso misto, pois tem capacidade para seis ocupantes mais espaço de 7,8m³ para carga. O painel de instrumentos de toda a nova linha incorpora funções como alerta da baixa pressão dos pneus, de saturação do filtro e partículas, de lâmpada queimada, de desgaste de pastilhas de freio, aviso indicador de cinto de segurança e de porta aberta entre outros.
A nova versão chega com motor diesel OM 651 CDI de quatro cilindros, biturbo, nas versões com 114 e 146cv de potência a 3.800 rpm. Trata-se de uma motorização com 13% a mais de potência e 5% a mais de torque que a versão que está sendo substituída. Uma das novidades do motor é a introdução de dois eixos balanceadores em seus motores, que giram abaixo do virabrequim (no cárter) e têm como função tornar o motor mais suave e com menor índice de ruído. A caixa de câmbio tem seis velocidades e conta com um assistente que orienta pelo painel de instrumentos o ideal para fazer as trocas. Numa primeira fase a nova linha não terá caixa automatizada, mas será disponibilizada ainda em 2013. Adriana Taqueti informou que a Mercedes-Benz está monitorando um grupo de clientes que já adquiriu a nova Sprinter e estes registraram redução de 10% no consumo de combustível.
A gerente da linha Sprinter acrescenta que a Mercedes-Benz investiu 170 milhões de dólares na adaptação da linha Sprinter para os diferentes mercados da América Latina. Ela destaca que no Brasil, que detém o maior volume de vendas de van para até cinco toneladas de PBT no continente, a procura da Sprinter passou por uma mudança, pois a versão para carga que antes detinha 40% das vendas hoje chegou a 60%, sendo que 80% são adquiridos por frotistas e 20% vendidos para o varejo. No total, incluindo todas as versões, o Brasil fica em 5º lugar no segmento, atrás da França, Estados Unidos, Rússia e Alemanha, que detém o maior mercado de large vans da marca Mercedes-Benz. “Não tem mais volta, o desenvolvimento do Brasil produz mais carga e precisa de veículos deste tipo”, completa.
Nesta categoria, a Argentina ocupa o 10º posto, com vendas anuais de quatro mil unidades, que garantem pouco mais de 26% de participação para a marca e a coloca em segundo lugar no ranking no país. A fábrica de onde sai a Sprinter está em atividade na Argentina desde 1951e atualmente tem capacidade instalada para produzir anualmente 18 mil unidades, sendo 14 mil Sprinter mais três modelos de caminhão e chassi de ônibus, estes 100% para o mercado local. No caso específico da Sprinter, 98% dos materiais estampados vêm da Alemanha: eixo, caixa de câmbio e componentes do motor (cerca de 70 itens) seguem do Brasil, assim como o parabrisas.
O presidente da planta argentina, Roland Zey, diz que em 2015 a unidade comandada por ele iniciará a fabricação de um novo veículo comercial, o Vito, produzido há anos na Alemanha. O veículo é uma van média para 1.100 quilos de carga ou sete ou oito pessoas. “Nossa expectativa é que as vendas entre as versões de carga e de passageiros sejam meio a meio no Brasil”, disse Adriana Taqueti, gerente Senior de vendas e marketing de vans, acrescentado que no Brasil existem importantes segmentos para a aplicação do Vito. “Será um produto que vai atender a nova realidade do Brasil. A ideia é criar um novo segmento no País, como aconteceu quando introduzimos o MB 180, em meados dos anos 90”, completou.
Com o início da produção do Vito a fábrica da Mercedes-Benz na Argentina deverá dobrar sua capacidade de produção, conforme afirmou o Roland Zey, presidente da unidade argentina. De acordo com o executivo, com a entrada do novo comercial leve a marca deverá atingir a marca de 30% das vendas do segmento em toda a América Latina. “Mas a planta argentina depende muito do mercado brasileiro, para onde seguem 60% dos modelos Sprinter”, concluiu.