Por João Geraldo

Dona das marcas Renault, Mack, UD e Eicher, e com planos de ingressar também no segmento de caminhões leves no mercado latino americano, a Volvo tem como um dos seus destaques nesta Fenatran a adoção da caixa automatizada I-Shift – sem pedal de embreagem – também para os modelos da gama VM (que acabou de completar 10 anos de mercado). Embora o VM automatizado tenha sido anunciado, sua chegada ao mercado está prevista somente para o primeiro semestre de 2014 e trata-se da mesma unidade, com os devidos ajustes, que equipa hoje os modelos da linha F (FH, FM e FMX).

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Modelos FMX, com tração 6X4 e 8X4, são desenvolvidos para aplicações que vão desde a construção civil e mineração ao transporte de madeira e cana

Como outros fabricantes de caminhões instalados no País, a marca sueca também está atualizando e reforçando sua linha de produtos semipesados. Além da automatização, os modelos VM estão com a cabine totalmente modificada e com ar de mais moderna. Isso se deve, em maior parte, à mudança aplicada ao para-choque, que passou a ser integrado à grade e envolvendo os faróis, mudanças que deram maior robustez ao caminhão. A parte frontal da cabine do VM, totalmente redesenhada e com novos faróis e luzes diurnas de LED em forma de “V” (que servem como elemento de identificação da marca) separadas da luz baixa, é uma das mudanças externas mais notadas no veículo.

O interior da cabine também recebeu atualização que abrangeu a padronagem dos tecidos que forram os bancos, teto e painéis. Na parte de ergonomia não houve qualquer alteração. Outra novidade da linha VM é a oferta de mais duas novas configurações de eixo, 8X2 e 8X4 (projeto da própria Volvo) indicadas para operações em curtas e médias distâncias. “Dependendo do tipo de operação, os caminhões com quatro eixos podem transportar cerca de cinco toneladas líquidas a mais em relação a um veículo de três eixos”, destaca Ricardo Tomasi, engenheiro de vendas da Volvo do Brasil. “Na prática, esse aumento representa ganho de uma a cada quatro viagens”, acrescenta Sérgio Gomes. Na versão 8X4, o VM é indicado também para operar como betoneira e caçambas.

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Extrapesados mais vendidos no País, os cavalos mecânicos da linha FH são tracionados por motores de 13 litros com potências na faixa de 420 a 520cv

Outra novidade da Volvo na Fenatran, é o caminhão movido a GNL (gás natural liquefeito), como uma solução para o transporte de longa distância. Em comparação com os motores convencionais a gás (e com vela de ignição), a tecnologia com GNL desenvolvida pela Volvo oferece de 30 a 40% a mais em eficiência, o que reduz o consumo em 25%, explica Alberto Neumann, gerente de estratégia e desenvolvimento de negócios, da Volvo. O GNL é diferente do Gás Natural Veicular (GNV), utilizado por veículos leves para percursos de curtas distâncias.

O caminhão apresentado pela Volvo é um modelo FM 6X4 equipado com motor de 460cv de potência e começou a ser testado em fevereiro deste ano em parceria da Volvo com a White Martins, produtora de gases industriais e medicinais. A ação é parte de um projeto da Volvo de combustíveis alternativos já em andamento na Europa, para oferecer veículos mais amigáveis ao setor de transporte. O Volvo VM roda 580 quilômetros em trajeto de ida e volta entre Paulínea (onde está a planta da White Martins) e Avaré, ambas as cidades no Estado de São Paulo, carregado com 15 toneladas de gás natural. “Os primeiros resultados são animadores, e temos potencial para viabilizar a comercialização de caminhões movidos a GNL num futuro bem próximo” concluiu Sérgio Gomes, destacando que a tecnologia já se mostrou viável na Europa, além de que a oferta de GNL é muito boa no Brasil.

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FM com motor alimentado por Gás Natural Liquefeito, já em operação, é parte do trabalho da Volvo de buscar um combustível alternativo ao diesel

Campeões de vendas nos últimos três anos, os pesados da linha FH – representados pelos cavalos-mecânicos com motores de 13 litros e 420, 440, 460, 550 e 520cv, em versões 4X2, 6X2 e 6X4 também são destaques da marca. Todos os modelos saem de fábrica equipados com caixa de câmbio automatizada I-Shift. Na Europa, a nova linha FH, com motor Euro 6, já é comercializada desde o início desde ano, porém a Volvo ainda não
divulgou quando a atual cabine será substituída no Brasil.

Outra linha pesada da marca é a FMX, formada pelos modelos equipados com motores de 370cv (11 litros), 420cv, 460cv e 500cv (todos de 13 litros) é outro destaque da linha pesada da Volvo. Tratam-se de veículos desenvolvidos para aplicação em operações severas, tais como construção civil, mineração e transporte de cana e madeira, entre outros. Para isso, os produtos são disponibilizados nas versões 6X4 e 8X4.

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Lançada em setembro, a nova linha VM com caixa de transmissão I-Shift é o mais recente produto da Volvo para o segmento de caminhões semipesados

De acordo com a fabricante, o FMX 6X4 é indicado para tracionar grandes composições em terrenos fora de estrada, para isso o veículo possui elevado torque que permite velocidades médias altas, em transporte do tipo “bate e volta” com mais de um conjunto de implemento. Com chassi rígido, o modelo e também a versão 8×4 são indicados para operações em mineração e construção, geralmente com caçamba.

Os modelos têm grande altura livre do chão, chassi de açõ de alta resistência, eixos de tração de carcaça fundida e cilindro de freio distante do solo, entre outras características. Foi projetado e desenhado para este tipo de operação e seu visual se diferencia das demais versões rodoviárias da marca. “Quem vê o FMX tem certeza de que está diante de um caminhão fora de estrada”, conclui Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo do Brasil.