Apesar do mercado brasileiro ter muito o que evoluir na questão da remanufatura de componentes, já que atualmente no mercado de autopeças apenas 4% das peças vendidas são de origem remanufaturadas, enquanto nos EUA esse número sobe para 20%, a BorgWarner anunciou que nos últimos anos vem dobrando o volume de produção e oferece um portifólio de mais de 250 produtos.

“Anualmente recuperamos cerca de 30 mil turbos usados e para 2018 esperamos crescer,  já que a fábrica tem capacidade para 180 mil”, afirmou o gerente geral de aftermarket, Nélson Bastos.

A pirataria é um dos principais fatores que impedem o crescimento da remanufatura no País. De acordo com Bastos, 40% das peças à venda no mercado de reposição são de turbo falsificado. No caso de um turbo falsificado, a carcaça com a logamarca BorgWarner ou de outro fabricante de turbo é mantida, porém os falsificadores trocam as peças da parte interna da turbina.

O grande problema de adquiri uma turbo nessas condições é aumento entre 4% e 8% do consumo de combustível e a redução da durabilidade do componente. No caso de um caminhão que roda 150 mil quilômetros em um ano, o gasto a mais com combustível será de R$ 90 mil.

O executivo ressalta que a empresa já identificou 13 locais que praticam a pirataria e que já está tomando ações jurídicas para resolver a questão. “O nosso grande desafio para 2018 é reforçar a importância de adquirir peças remanufaturadas pela fabricante e reduzir as ações desses falsificadores. O grande problema é que muitas vezes o comprador não consegue destinguir, nem mesmo pelo valor. Uma peça remanufaturada custa 70% do valor da nova. Porém, já encontramos peças piratas com preço acima do nosso, mas elas duram 40% a menos”, afirma Bastos.

Os turbos remanufaturados da Borgwarner recebem uma etiqueta metálica com QR code em substituição à plaqueta instalada no turbo e são embaladas em uma caixa de papelão. A embalagem também tem um outro QR code e mais dois códigos de barras.

O processo de remanufatura envolve a limpeza e inspeção das peças usadas, medição das peças aproveitadas, usinagem e montagem. “Realizamos a recuperação das partes defeituosas da peça e as substituímos por partes novas. As peças são submetidas a testes e somente depois liberada novamente para o cliente. Dessa forma, os turbos remanufaturados têm as mesmas condições do turbo novo, além da garantia de fábrica”, destaca Newton Juliato, supervisor de desenvolvimento e assistência técnica. O supervisor destaca ser importante o consumidor definir o melhor momento da troca do turbo com base na experiência, rotas e serviços e não deixar rodas até quebrar.