A BorgWarner anunciou alguns planos para a sua recém-inaugurada fábrica instalada em Piracicaba, interior de São Paulo, responsável pela montagem dos sistemas de bateriais. Conforme adiantou Marcelo Rezende, Diretor para Sistemas de Baterias da empresa, a expectativa para os próximos anos é de aumentar o faturamento atual em cerca de vinte vezes, quadruplicar o número de funcionários e montar todo o sistema no País, inclusive a bateria – atualmente importada da fábrica da Alemanha. Para a empresa, a iniciativa de desenvolver no Brasil a bateria, compartilhando tecnologia e conhecimento técnico com profissionais brasileiros, fomenta a indústria local e qualifica a mão de obra nacional.

A planta de Piracicaba está instalada em um terreno com área total de 33 mil m², sendo 10 mil m² de área construída e 2,3 mil m² de área útil fabril e é uma das quatro fábricas de baterias da BorgWarner no mundo – as demais ficam nos Estados Unidos e na Alemanha. O sistema de montagem é supervisório e cada produto a ser manufaturado é identificado com código de barras ou QR code . Toda etapa do processo só é liberada se o anterior for realizado atendendo todas as especificações. Todos os dados de montagem e testes são coletados e atribuídos aos códigos das peças, e armazenados em nuvem para potenciais análises técnicas futuras e rastreabilidade.

Atualmente, a planta é responsável pela montagem do Sistema de Gerenciamento da Bateria (BMS), os módulos de conexão entre as baterias (Junction box), a Unidade de recarga de corrente direta (DCCU) e a Unidade eletrônica de controle (EDCU).  Após montar o conjunto completo e acoplar na bateria, todo o sistema passa por uma série de testes de desempenho e segurança em equipamentos de última geração, acompanhado por engenheiros e técnicos especializados.

BorgWarner

“Os sistemas de baterias produzidos em Piracicaba são de alta densidade energética, o que significa dizer que oferecem maior autonomia aos veículos. A bateria para a qual montamos os sistemas foi desenvolvida para aplicações de uso intensivo de energia operando em até 665 volts e armazenando 98 kWh de energia”, explicou Rezende.

 

Em relação a vida útil, Rezende explica que os sistemas de baterias montados em Piracicaba, projetam vida útil em primeiro uso (no veículo) de 4000 ciclos de recarga, equivalente a cerca de 8 anos. Após o uso em veículo, a bateria pode seguir para as estações de recarga. O tempo de vida nesse uso pode ser tão longo ou maior do que o uso em primeira vida. Após o uso em recarregadores, a bateria pode seguir para a reciclagem.

 

A capacidade de produção de energia da nova fábrica é de 500 MWh (Megawatt.hora). Na prática, significa que a fábrica produz sistemas de baterias capazes de armazenar energia suficiente para alimentar por um ano um bairro com 250 casas, ou para um ônibus rodar 300.000 quilômetros sem parar em trajeto urbano. Globalmente, as plantas produtoras de baterias da BorgWarner somam hoje 2,2 GWh (Gigawatt.hora) de capacidade. “O plano da BorgWarner é atingir o volume de 6 GWh globalmente em 2025”, aponta Rezende.

BorgWarner: metas para os próximos anos

Outras metas da empresa dizem respeito as futuras ampliações que deverão ser realizadas conforme as demandas forem surgindo. Atualmente a capacidade é de cinco mil sistemas de baterias montados por ano. “Nossa estratégia de crescimento prevê chegar em 2027 com 49% da nossa receita proveniente de soluções para a eletrificação. Acreditamos que no Brasil, os veículos comerciais vão puxar o crescimento da eletrificação. A começar pelo transporte de passageiros em grandes centros, seguidos dos caminhões para Last Maile. No caso de carretas para longa distância, acreditamos que teremos um mix de tecnologias (combustão, células de combustível e elétricos)”, destacou.

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