A Mercedes-Benz encerrou o ano de 2016 com o emplacamento venda de 14.962 caminhões e reassumiu a liderança do mercado brasileiro de veículos comerciais acima de 3.5 toneladas de PBT, a qual havia perdido há anos para a sua maior concorrente, a MAN Latin America, que encerrou o período com 13.690 unidades licenciadas.  Os números são da Anfavea, associação que repune os fabricantes de caminhões instalados no Brasil, que tem como fonte o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Para Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas, marketing & peças e serviços caminhões e ônibus, o retorno à liderança do mercado brasileiro de caminhões se deve a um conjunto de ações desenvolvidas pela empresa. Uma delas é o SelecTrucks que, em 2016, vendeu 873 caminhões, sendo deste total 530 na loja de Mauá/SP e 80 na loja de Betim inaugurada no segundo semestre do ano passado, e o restante em operações de intermediação de exportações de caminhões usados 8X4 para o Oriente Médio e países da África.

“Essa liderança está refletida não só nos números de venda, mas também nas diversas premiações que conquistamos este ano. Fomos amplamente reconhecidos como marca, produtos, empresa e atendimento, e estamos sendo muito bem avaliados por nossos clientes, ocupando posição de destaque em sua preferência e em sua lembrança”, afirmou Leoncini.

Outro ponto abordado por Leoncini foram as melhorias aplicadas ao Atego 8X4  e também em modelos extrapesados. “Quem está usando o Actros, por exemplo, está gostando principalmente pela média de consumo”, disse o executivo. O consórcio também contribuiu para os bons resultados da empresa. Em um ano se atividades foram entregues 500 unidades das duas mil cotas comercializadas.

A empresa realizou operações de leasing operacional. “O problema do Leasing operacional é que no País ainda se tem o sentimento de posse do caminhão, no entanto algumas transportador e operadoras logísticas já começaram a enxergar as vantagens do leasing operacional e a vê-lo como um bom negócio”, ressaltou.

Com o resultado, a Mercedes-Benz cresceu a sua participação de mercado em caminhões, passando de 26,7% em 2015 para 29,6% em 2016. Em ônibus a empresa saltou de 52,5% no segmento acima de 8 toneladas, em 2015, para 58,4% em 2016. Já no segmento de comerciais leves (vans, furgões e chassis com cabina), foi registrado crescimento de 24,5% em 2015 para 26,6% em 2016. A Mercedes-Benz manteve também a liderança nas vendas de veículos comerciais no Brasil em 2016. Foram 24.797 unidades comercializadas ao longo do ano, sendo 13.915 caminhões, 6.067 ônibus e 4.815 comerciais leves.

Durante o ano de 2016, a empresa disponibilizou novos caminhões, ônibus e comerciais leves, produtos e serviços. E, conforme explica o presidente da empresa e CEO América Latina, Philipp Schiemer, apesar da forte retração no volume de vendas de veículos comerciais no mercado brasileiro, a empresa encerrou o ano com as comemorações de seus 60 anos de Brasil e celebrou a preferência dos clientes pelos seus produtos, comprovada pelo aumento de participação em todos os segmentos (caminhões, ônibus e comerciais leves).

“Claro que o mercado brasileiro precisa de maiores volumes de vendas. Contudo, esse aumento de market share reflete a nova postura da Mercedes-Benz e da Rede de Concessionários retratada no slogan: As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve”, comenta Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO América Latina.

O executivo informa, ainda, que mesmo diante da retração de três anos do mercado brasileiro, a empresa mantém sua filosofia de pensar nas necessidades futuras do transporte. Nesse sentido, a Mercedes-Benz tem trazido novos aportes para o País. “Estamos investindo R$ 730 milhões para modernização e ampliação de nossas plantas de veículos comerciais de São Bernardo do Campo e Juiz de Fora, entre 2015 e 2018, além de R$ 70 milhões para construção do nosso campo de provas de veículos comerciais em Iracemápolis, cidade onde também inauguramos, este ano, a nossa fábrica de automóveis, que demandou mais de R$ 600 milhões”. Para Leoncini a grande lição que ficou de 2016 é a importância de atender o cliente.

 

Expectativa para 2017

Na opinião de Leoncini, o mercado deverá crescer entre 6% e 10%, número que considera baixo, considerando que o Brasil possui nove montadoras instaladas no Brasil. Acredita que este ano os números do segmento de caminhões leves serão bastante significativos. Quanto à mineração e construção é possível que aconteça alguma coisa além do esperado. “Um dos nossos focos para este ano é conquistar a participação no segmento de caminhões estradeiros”, adiantou.

A capacidade de investimento das transportadoras e operadoras logísticas é ainda uma grande dúvida em 2017, destacou Leoncini. Mas, classificou como uma boa medida a definição da taxa de juros pelo BNDES, pois agora o transportador sabe quanto vai custar o crédito e poder fazer planejamento de investimento.

Para o executivo, o Finame continua sendo ainda o meio mais atrativo de financiamento. Porém, lembra que tem muita transportadora com caminhões usados para serem vendidos, assim o leasing operacional pode provocar interesse.