Perto de completar 60 anos de atividade no País, a Scania anunciou investimento de R$ 2,6 bilhões em suas operações no mercado brasileiro até 2020. O valor será destinado ao desenvolvimento de novos produtos, atualização e modernização da fábrica de São Bernardo do Campo e também da rede de concessionários.
O diretor de assuntos institucionais e governamentais da Scania Latin America, Rogério Rezende, explica que os investimentos programados asseguram a continuidade da evolução tecnológica da unidade brasileira e reforça a estratégia de manter o Brasil como um espelho da Suéci. Destaca também que, a decisão de construir no Brasil a primeira fábrica fora da Suécia provou-se acertada.
“É a partir dela que abastecemos hoje cerca de 30 mercados da América Latina, do Oriente Médio, da África e da Ásia”, explica Rogério. “Direcionar o volume para outros países foi uma das estratégias que usamos para atravessar o período de crise na economia. Um exemplo disso é que preparamos nossa linha de produção para fabricar o motor Euro 6.”
A fábrica de São Bernardo sempre foi alvo de investimento durante os 60 anos da empresa no Brasil. Recentemente, a Scania inaugurou o laboratório responsável por desenvolver, testar e certificar motores. A nova área de pesquisa, que demandou investimento de R$ 40 milhões, é a primeira da empresa fora da Suécia. No ano anterior, em 2015, também anunciou uma nova fábrica de pintura e montagem de cabinas de caminhão, mais eficiente e automatizada, capaz de entregar até 140 cores diferentes aos clientes da marca, que teve um aporte de R$ 96 milhões.
60 anos de Brasil
A trajetória da empresa de origem sueca na América Latina teve início no Brasil em 1957, quando a Scania-Vabis do Brasil, aproveitando o Programa Nacional da Indústria Automobilística Brasileira, foi oficialmente constituída. De início, os caminhões saíam da Suécia para o Brasil desmontados. Em terras brasileiras eram montados pela Vemag, que também comercializava os veículos em São Paulo.
Em 1958, a fabricante começou a produzir os primeiros veículos no Brasil; o L 75, conhecido como “o Rei da Estrada”, foi o primeiro veículo a sair da linha da montagem. Na época, o caminhão atendia o limite de 35% de peças nacionalizadas, conforme exigido pelo programa de nacionalização do governo brasileiro.
No dia 29 de maio de 1959, o bairro do Ipiranga recebeu a fábrica de motores Scania — a primeira operação de produção fora da Suécia. O motor D10, de 6 cilindros e 167 cv de potência foi o primeiro produzido na planta. Modelos como o caminhão L 75 e o ônibus B 75 — oferecidos ao mercado brasileiro na época — eram equipados com o motor. No início da década de 1960, a fabricante já montava integralmente caminhões e ônibus no bairro do Ipiranga.
Em 1962, a Scania inaugurou o complexo industrial de São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista (maior polo automobilístico da América Latina). A planta no município foi a primeira unidade voltada à produção de caminhões, ônibus e motores da Scania fora de sua terra natal. Com a mudança, todo o processo produtivo da marca passou do Ipiranga para a nova fábrica.
Em 1963, de casa nova, a Scania lançou no mercado o caminhão L 76 e o ônibus B 76, ambos com motor de 198 cv de potência. Em 1962, a Scania abriu uma unidade fabril na Holanda.
Em 1969, a marca fundiu-se com a fabricante de aviões Saab e, juntas, formaram a Saab-Scania. A empresa passou, então, a ser conhecida unicamente como Scania.
A partir dos anos 1970, os caminhões produzidos no Brasil passaram a receber importantes avanços tecnológicos, principalmente no sistema de frenagem. A nomenclatura dos modelos mudou: o L 76 para LS 110, o LS 76 para LS 110, o B76 para B 110. Em 1974, no Salão de São Paulo, a empresa apresentou o LK 140, que inaugurou o conceito “cara chata” e o motor V8.
Em 1976, a cidade de San Miguel de Tucumán, na Argentina, recebeu a segunda unidade fabril da Scania na América do Sul. Ao mesmo tempo, no Brasil, os caminhões L, LS e LT 111, da Série 1, eram lançados. Esses foram os últimos caminhões dos chamados “jacarés” lançados no país.
Em novembro de 1982, seis meses após ser lançada na Europa, a Série 2 estreou no Brasil. O país conhecia, então, a linha R, com opções de cabines avançadas ou de cara chata e duas versões de motores: com 305 cv e 388 cv. No mesmo ano, a linha T foi apresentada em versões com cabines simples e leito. E, nesse mesmo ano, novas cores começaram a substituir o laranja tradicional dos caminhões da marca. Em 1982, a empresa criou o Consórcio Nacional Scania.
Em 1983, os ônibus K 112 e S 112 integraram o portfólio da marca; estreando a Série 2 de ônibus, que substituíram as linhas B e BR. A Série 3 para ônibus chegou ao mercado no início da década de 1990, com os modelos K 113 e S 113.
Ao completar cem anos, em 1991, a Scania lançou o “Jubileum” em comemoração à data. Ainda nos anos 90, fora lançada a Série 3, que recebia novos motores, nova caixa de mudanças e outras inovações tecnológicas. São os caminhões T e R 113 e 143 H e E, nas configurações 4×2, 6×4 e T 113 HK 6×6.
Em 1995, a parceria centenária entre Scania e Vabis chegou ao fim. Em 2000, a empresa já contava com 11 fábricas em cinco países e foi neste ano que o milionésimo caminhão foi produzido. Em agosto de 2001, a marca do Grifo lançou a caixa Opticruise — primeiro câmbio automatizado da marca.
Em 2002, a Scania lançou o programa de seminovos, o “SuperZerado”. Em 2005, o Brasil recebeu pela primeira vez a competição MMCB (Melhor Motorista de Caminhão do Brasil).
No ano de 2007, a fabricante celebrou 50 anos de entrada no Brasil e lançou uma série especial, a Silver Line, limitada a 400 unidades. Em 2008, a linha de chassis K chegou ao país. No ano seguinte, a Scania aumentou sua linha de caminhões, e lançou a cabine R (intermediária entre a G e a Highline). Foi, também, em 2009, que a fabricante retomou a comercialização do chassi com motor dianteiro, a Série F.
O ano de 2010 envolveu grandes movimentações na Scania, muito em função das novas tecnologias, como a ferramenta Scania Driver Support (sensores que auxiliam na condução do veículo) que faz parte dos produtos ofertados pela marca.
Em 2011, a Scania lançou o R 620 V8 no mercado brasileiro. No mesmo ano, a fabricante lançou uma nova plataforma de motores para atender às normas de emissão e redução de poluentes. A norma Proconve P7, equivalente ao Euro 5, passou a vigorar em 2012. Chegou também o P 270, caminhão semipesado 100% movido a etanol.
Em 2015, a Scania apresentou duas novidades: uma planta de pintura de cabines localizada no complexo de São Bernardo e o caminhão R 440 8×2, que ameaça o futuro dos modelos bitrem.
Edição especial 60 anos
A Edição Especial 60 anos traz uma homenagem ao lendário Scania 113, lançado em 1991. Para representar o 113 foram escolhidos os modelos R 440 (6×2, 6×4 e 8×2) e R 480 (6×4), de versões Highline Streamline. A cor é a mesma, a emblemática azul celeste do 113. Outra marca do antigo modelo e revivida são as icônicas faixas laterais nas cores rosa, lilás e roxa. São duas opções de aquisição, o pacote Clássico (faróis de xenôn, geladeira e outros atributos) e o Clássico Estilo (adicionando rodas de alumínio polido, volante e assentos de couro e painel color plus).
A Edição Especial 60 anos oferece condições diferenciadas de aquisição. O financiamento pode ser feito com entrada parcelada em até 12 vezes, limitada a 30%, e taxa de 1,29% ao mês. O valor do seguro tem desconto de 5%. Além de três anos de garantia com o programa de manutenção Standard (que inclui revisões previstas, e trocas de óleo, filtros em geral e lubrificações específicas).
A Scania disponibiliza também Serviços Conectados, que ajuda o transportador a fazer a gestão de sua frota por meio do uso inteligente de dados do veículo. O pacote integrado é o Análise, e válido por dez anos. Além de envio de diagnóstico remoto de falhas para o Scania Assistance, serviço 24 horas, que em caso de algum problema na viagem, o cliente terá um atendimento mais rápido e assertivo.