Com o passar do tempo e as mudanças pelas quais têm passado o setor, estar com a empresa organizada deixou de ser o suficiente para manter a rentabilidade. Se tornou necessário investir em mão de obra qualificada para operar os veículos com maior eficiência. Diante dessa demanda, os frotistas passaram a valorizar os seus profissionais e ampliaram os seus programas voltados para a capacitação, treinamento, bem-estar e aumento de qualidade de vida.

Os resultados, segundo dados das próprias empresas que realizam esse tipo de trabalho, são redução do consumo de combustível, de acidentes e de manutenção dos veículos da frota. Além de funcionários satisfeitos e dispostos a contribuir para o crescimento da empresa.

Estudo realizado pela Fabet mostrou que um motorista capacitado pode gerar 13% de aumento na média de consumo de combustível, 45% de redução na troca de marchas, 11% de melhoria no tempo de viagem e 37% utilizam menos o freio de serviços e mais o freio de motor.

O gerente-geral de desenvolvimento humano e organizacional da JSL, Claudemir Turquetti, explica que a empresa tem como iniciativa para a gestão dos colaboradores os programas de retenção e reconhecimento. São ações que oferecem descontos em instituições, farmácias, assistência psicológica em caso de doença, morte e problema familiares, indicações de familiares dos colaboradores para as vagas disponíveis, empréstimo com a taxa de juros reduzida, kit nascimento e escolar para os filhos dos funcionários, reconhecimento de colaboradores com 5, 10, 15, 20, 25, 30 e 35 aos de empresa, entre outros.

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Empresa oferece programa de desenvolvimento contínuo composto por treinamentos com o intuito de promover o fortalecimento da cultura e o desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais

“O principal retorno para a empresa é o índice de satisfação dos colaboradores mensurados por pesquisas externas. Também pela redução do consumo de combustível e manutenção em geral dos equipamentos e acidentes”, destaca Turquetti.

A empresa também investe em capacitação e treinamento que ajudam na redução de acidentes, de custos – por conta da má utilização do veículo –, aumento da motivação do colaborador e alerta o profissional sobre a importância de sua responsabilidade social e do seu papel na sociedade.

Para atender a essa demanda, a transportadora disponibiliza o PEC (Programa de Educação Continuada) que abrange todas as categorias de motoristas da empresa. “O foco em motoristas decorre do fato de ser a maior categoria dentro de nosso quadro funcional. Além da utilização de consultorias externas, muitos cursos são ministrados por nossos instrutores, entre administrativos e operacionais como: Direção Defensiva, Segurança em Neblina, Combate a Incêndio, Condução Econômica, Economia Doméstica, 5S, Atendimento ao Cliente, legislação ao trabalho de Pessoas com Deficiência, Primeiros Socorros, Qualidade, entre outros. Os treinamentos dos colaboradores ocorrem anualmente com reciclagem em todas as operações”, explica.

Para o gerente de RH da TA, Márcio Oliveira, a valorização gera motivação, que faz com que o motorista dirija com mais segurança, prudência e seja mais cuidadoso com o veículo; reduzindo o risco de acidentes e de avarias nas cargas. “É possível observar melhoras no cumprimento dos trajetos e horários pré-definidos, além de maior disponibilidade para auxiliar o cliente, o que contribui com a excelência na prestação de serviços e com a redução de custos e riscos de roubo. Também é possível observar a redução do absenteísmo”, destaca.

A empresa oferece programa de desenvolvimento contínuo composto por treinamentos com o intuito de promover o fortalecimento da cultura e o desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais. Oliveira reforça que o motorista atualizado apresenta maior predisposição para dirigir com prudência, reduzindo riscos no trânsito, é mais zeloso com o veículo, segue as normas internas de gerenciamento de riscos, cumpre de forma natural os procedimentos operacionais que viabilizam a execução das atividades e o atendimento dentro das melhores práticas de mercado e seguem a legislação vigente.

Oliveira lembra ainda que apesar da Lei 12.619, implementada em 2012, ter sido um grande passo para a valorização dos motoristas, pois além de regulamentar a profissão, passou a disciplinar a jornada de trabalho, ainda há um longo caminho a ser seguido, pois são necessários investimentos, como por exemplo, em pontos de parada para descanso, na melhoria das rodovias e na conscientização sobre direção segura, legislação e saúde.
“Uma pesquisa elaborada pela CNT com 1.066 motoristas em 2016 apontou que somente 12,6% dos entrevistados avaliam que a sociedade os considera importantes para o país, dessa forma, é importante também investir em ações que promovam a imagem dessa profissão tão importante para o Brasil”, explicou.

Braspress e Fadel

A Fadel Transporte e Logística desenvolve vários programas de valorização dos motoristas. Entre eles o painel de destaque do ano (mês a mês), prêmio de consumo de combustível – a partir de uma determinada média o ganho é dividido com o motorista -, prontuário eletrônico de acompanhamento da condução do motorista e prêmio por produtividade.

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Motorista motivado e treinado é mais eficiente, segundo a Fadel

“As principais vantagens são redução drástica do custo de contratação, treinamento e principalmente produtividade. O motorista motivado e treinado é mais eficiente e, certamente, mais seguro. Isso é comprovado pela grande redução de acidentes que tivemos nos últimos cinco anos (75%)”, relatou Ramon Alcaraz, diretor da Fadel.

A empresa também investe em cursos de direção segura, direção econômica, segurança e simulador de condução. O resultado, conforme explica Alcaraz, é aumento da segurança e redução do consumo de combustível, pneus e manutenção em geral.

“No geral, o motorista de caminhão é visto pela sociedade como aquele que atrapalha o trânsito, mal-educado e muitas vezes imprudente. Essa visão é muito sugestionada pela grande maioria dos autônomos que muitas vezes não tem a possibilidade e a oportunidade de passar por todo processo descrito para os motoristas de frota própria. O governo, por sua vez, não faz sua parte, não temos nenhum programa governamental focado no treinamento, reciclagem, valorização do motorista. Isso afeta muito os motoristas autônomos, que representam 60% da frota de caminhões que rodam no Brasil, sem contar a falta de um programa para renovação da frota”, opina.

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Campanha do Sono, da Braspress

Com 40 anos de atuação no mercado brasileiro, a Braspress destaca os avanços em relação aos motoristas da empresa e a importância desse profissional na cadeia de tudo o que a empresa produz. “Não somente investimos na valorização do motorista, mas buscamos por meio de ações efetivas desenvolvê-los para que tenham as melhores condições no desempenho de suas funções. Afinal, eles literalmente “dirigem” os negócios da empresa”, destaca o diretor de operações, Luiz Carlos Lopes.

Para que isso efetivamente aconteça, Lopes explica que é necessário acertar na contratação; permitir aos motoristas escalabilidade na carreira, passando pelas áreas de distribuição urbana (veículos menores), manobras em pátios (carretas internas), viagens rodoviárias e por fim os caminhões articulados e disponibilizar veículos equipados com os melhores sistemas de segurança.

“As preocupações com nossos motoristas são constantes, prova que criamos um departamento denominado de CAMB – Centro de Apoio ao Motorista Braspress – Basil de Barros (em reconhecimento ao primeiro motorista Braspress – já aposentado), cuja finalidade é oferecer diferenciadas condições preventivas e de possíveis riscos inerentes à atividade. Neste departamento, antes do início de cada viagem, realizamos exames de bafômetro, pressão arterial, entrevista com enfermeira, psicóloga e em casos pontuais, médico do trabalho, disponíveis ao atendimento de todos os profissionais motoristas”, detalha.

Lopes explica que o controle das jornadas de trabalho é rigoroso, e quando o profissional tem que dormir fora de casa, a empresa disponibiliza dormitórios, instalados e controlados em ambientes próprios e em perfeitas condições para permitir ao motorista descanso com o rigor e exigências ao desempenho seguro de sua atividade.

O mais recente trabalho apresentado como apoio e preocupação com a qualidade de descanso do motorista se viu através do projeto “Programa do Sono”, trazendo profissionais palestrantes e profundo conhecedores da matéria, abordando o tema para 100% dos nossos motoristas. “A profissão de motorista no Brasil encontra-se em escassez, as condições das estradas, da segurança e de valorização profissional estão longe de atingir níveis de sua real importância. A sociedade imprime um tom de discriminação no profissional do volante de caminhão, muito provavelmente, pelo desconhecimento de causa e do papel que desempenham e nos efeitos do abastecimento econômico que produzem”, finalizou.