Economia de combustível é a principal novidade da linha 2020 dos caminhões Volvo das linhas F e VM, diferencial que a montadora está ressaltando para anunciar a chegada de seus novos produtos ao mercado brasileiro.

A redução de consumo pode atingir redução de até 10%, conforme comprovaram testes com transportadores que rodaram milhares de quilômetros com caminhões FH em diferentes operações. Os novos veículos (incluindo os modelos FM e FMX) já estão sendo comercializados pela rede da marca desde o início de abril.

Tratada pela empresa como “aceleração inteligente” a redução de consumo propagada para a linha 2020 é obtida basicamente de mudanças técnicas aplicadas à caixa de transmissão e ao motor. Além disso, entre as novidades consta também um software desenvolvido pela engenharia da montadora que proporciona uma condução econômica independente da ação do motorista, conforme explicou o gerente de engenharia de vendas de caminhões da Volvo, Álvaro Menoncin.

Na prática, trata-se de uma inteligência que acelera o veículo na medida certa, acrescentou Carlos Paulin, também da engenharia da montadora. “Na descida, por exemplo, o caminhão só recebe a aceleração necessária, e quanto maior o peso da carga maior é a aceleração”, resumiu.

Para atender a meta de redução de consumo, o motor de 13 litros que equipa toda a linha F recebeu também um turbo com geometria mais eficiente. Menoncin destacou que as mudanças internas no propulsor se estenderam à adoção de camisas de cilindros mais eficazes, anéis raspadores de menor atrito e um novo óleo com diferentes aditivos e viscosidade. “Esse lubrificante (VDS 4.5), por exemplo, resultou em aumento de até 33% no intervalo entre as trocas”, adicionou o gerente de engenharia da Volvo.

Para completar o pacote, a engenharia da montadora promoveu uma nova calibração da transmissão I-Shift. Após os ajustes, a caixa automatizada e o motor passaram ter uma sintonia mais afinada com o propósito de entender melhor e com mais facilidade a topografia da estrada, resultando em maior precisão no consumo de combustível.

A redução de consumo, conforme acrescentou Paulin, foi confirmada em testes realizados por clientes que operaram com modelos FH desde o segundo semestre de 2017. Modelos FH 460, 540 e 460 rodaram em diferentes aplicações, cada um deles sempre comparados com outro veículo totalmente igual em peso da carga, implemento e rota.

Um deles, o FH 460 6×2, atrelado a uma carreta vanderleia (PBTC 53 toneladas) obteve economia de 4,5 a 5%, conforme atestou o proprietário da Cenouras Mishima, empresa que processa 150 toneladas do legume por dia, e opera com uma frota formada por 10 Volvo FH e outros seis VM para distribuição.

O caminhão em teste começou a rodar a serviço da empresa em setembro de 2017 nas rotas Minas Gerais –São Paulo e Brasília –São Paulo, com a troca de motoristas a cada três meses. Na avaliação de Toshiyuki Mishima, que renova a frota entre quatro e e cinco anos, a economia de diesel obtida no período dá para comprar um caminhão um caminhão novo.

Outro FH em teste, um 40 6×4, operou atrelado ao um treminhão (150 toneladas de PBTC) a partir de 2018 no transporte de cana de açúcar, na Usina São Manoel, Interior do Estado de São Paulo. O veículo, assim como outros da usina, rodou 24 horas em trecho de 26 quilômetros, totalizando 390 km/dia.

Wellington Silva, superintendente de manutenção agroindustrial Usina São Manoel, disse que que veículo em teste apresentou redução entre  9% a 10% no consumo de diesel comparado outro exatamente igual (caminhão espelho). Assim como o FH 460 que rodou por rodovias transportando cenouras, FH canavieiro também teve alternância de motoristas. A usina conta com uma frota de 35 caminhões Volvo entre cavalos mecânicos e plataformas.

o engenheiro Carlos Paulin explicou que a questão do consumo varia bastante de acordo com a realidade de cada operação. Ele reiterou que nas composições mais pesadas, que trafegam em estradas com topografias acidentadas, há mais chances de os ganhos serem serem  maiores, como foi o caso da Usina União.

A linha de caminhões Volvo 2020 chega com preço maior que a linha atual, sendo de 8% para a linha F e de 5% para os modelos VM. Alcides Cavalcanti, diretor comercial de caminhões da Volvo do Brasil, disse que o reajuste é o repasse do aumento de custo para a produção de veículos.

Diferente da linha FH, as mudanças na família VM 2020 são mais de ordem estética,   um pacote restrito à parte externa da cabine, que deixaram o modelo mais parecido com o FH. Entre as novidades estão o para-choque bipartido (que facilita a substituição em casos de pequenos reparos), luzes de posicionamento, mais conhecidas como “três marias”, espelho frontal maior, e sistema anti-intrusão (dispositivo que protege ocupantes de carros de passeio em caso de colisão frontal) e chineleira protegendo o segundo degrau da cabine.

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Mudanças na linha VM tiveram objetivos principais de melhorar a aerodinâmica da cabine (para reduzir o consumo de combustível) e também tornar o modelo mais parecido com o FH

Cavalcanti lembra que a cabine do VM recebeu também dispositivos que melhoraram a sua aerodinâmica, como o defletor de ar, que passou a ser ajustável e possibilita ao transportador a regulagem da angulação, para deixá-lo na melhor posição.

O executivo citou também o novo para-sol que melhora o fluxo de ar para o defletor e acrescenta mais aerodinâmica para toda a cabine. “Esta atualização mostra o avanço contínuo do VM e também reforça o compromisso da Volvo em melhorar ainda mais o dia a dia da operação de transporte”, concluiu Cavalcanti.