Na jornada da indústria para oferecer opções ao óleo diesel, reduzir emissões e tornar a operação mais rentável, o tema sobre o caminhão elétrico tem sido cada dia mais relevante e está longe de passar despercebido do setor do transporte rodoviário de cargas. E quando a medida para a ser em kWh e com destaque à autonomia, mesma que baixa, vale a comparação de quantas pilhas do tipo AA seriam necessárias para ter a mesma energia armazenada nas duas baterias que utilizam o Mercedes-Benz Actros elétrico  (e-Actros) que começou a rodar em testes na Alemanha e Suíça a partir de março deste ano, com autonomia de 200 quilômetros.

De acordo com informações da própria Mercedes-Benz, considerando a pilha alcalina 0,004 kWh, para o veículo ter a mesma energia armazenada de 240 kwh (em baterias que pesam juntas 2.200 kg), seriam necessárias 61.500 pilhas para rodar os mesmos 200 quilômetros. Outras comparações consideram o caminhão leve Fuso E-Canter (marca do mesmo grupo) que necessitaria de 21.000 pilhas AA para rodar 130 quilômetros.  Já em relação a uma bateria automotiva normal, seriam 200 pilhas.

Aqui no Brasil os transportadores estão atentos a essa tendência de eletrificação e já começam a aparecer notícias de grandes negócios realizados com caminhões elétricos, embora essa tecnologia tenha ainda alguns desafios a serem superados em relação à bateria, sendo os principais a autonomia à operação, custo, ciclo de vida, infraestrutura para os veículos operarem e viabilidade técnica e comercial desses veículos.

O grupo alemão Daimler, fabricante de caminhões e Vans Mercedes-Benz e também de diferentes marcas em outros países, como Freightliner e Western Star (nos Estados Unidos), Fuso (Japão) e BharatBenz (Índia), Fuso (Japão), tem investido e dado destaque aos veículos elétricos e livres de emissões, na Europa. Além do Fuso e-Canter e do E-Actros, o grupo Daimler  já apresentou também do pesado elétrico Freighliner e-Cascadia, nos Estados Unidos em junho deste ano.

Mesmo assim, as notícias nessa área são fartas e surgem quase que diariamente. Uma das mais recentes no Brasil vem da Volkswagen Caminhões e Ônibus, que anunciou parceria com a Cervejaria Ambev (dona das marcas Skol, Brahma, Antártica e Guaraná), até 2023, envolvendo 1.600 veículos movidos a energia elétrica. O primeiro caminhão a integrar a frota, ainda este ano, segundo a montadora, será VW e-Delivery, que vai inaugurar a primeira fase de testes para determinar a tecnologia que vai atender às operações cervejaria.

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Volkswagen Delivery elétrico foi um dos destaques da montadora na Fenatran de 2017

De acordo com a MAN Latin America, além de ser o primeiro caminhão no continente com emissão zero de CO2 desenvolvido no Brasil, a parceria é um marco na história das duas empresas. “Graças à parceria com a Cervejaria Ambev, que já dura mais de 20 anos, fomos os primeiros a desenvolver veículos vocacionais para a distribuição de bebidas”, destacou Roberto Cortes, presidente e CEO da VW Caminhões e Ônibus.