Dentro de dois anos, a Rapidão Cometa, empresa brasileira de logística e transporte de cargas, vai abandonar a marca para adotar a bandeira americana FedEx, uma da maiores transportadoras aéreas de remessas do mundo. A aquisição da empresa pernambucana pela FedEx, anunciada em maio deste ano, foi concluída em julho, mas os valores não foram divulgados.

O negócio chamou a atenção do mercado pelo fato da Rapidão ser muito maior em infraestrutura do que a FedEx. Sua folha de pagamento, por exemplo, é quase 15 vezes superior, enquanto ela conta com 9 mil funcionários, a americana tem 622 pessoas.

Em setembro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), deu aval para a formalização do negócio entre as duas empresas. Executivos envolvidos na integração das companhias divulgaram que, entre 18 e 24 meses, o plano deverá ser concluído. Nesse período, a Rapidão sairá do mercado.

\”O e-commerce cresce com a FedEx. No médio prazo, as tecnologias de rastreamento da FedEx vão ser incorporadas e poderemos avançar muito nesse negócio\”, diz Américo Filho, dono da Rapidão. Segundo ele, o rastreamento de encomendas ainda tem alcance limitado no Brasil. \”Hoje é a unidade que enxergamos maior potencial de crescimento\”, acrescenta.

Antes de comprar a Rapidão, a FedEx, no Brasil, estava entre as 25 maiores operações globais. A empresa tinha 622 funcionários, com frota de 156 veículos terrestres, dois aviões e 84 centros autorizados de remessas. Com o negócio, a filial brasileira passou a ser uma das cinco maiores do mundo. Por meio da Rapidão, herdou 6 mil funcionários, 770 veículos, 145 pontos de distribuição e 17 mil clientes.

Com o aparato da Rapidão, a empresa americana pretende avançar no segmento conhecido por \”ponta a ponta\”, pelo qual não apenas traz as mercadorias para o Brasil, como distribui em todo o território nacional, ganhando competitividade.

Outro foco será o setor de pequenas e médias empresas, no qual há clientes queixosos com o serviço da Rapidão. Um importador pernambucano que preferiu não ter o nome publicado disse que a empresa é competitiva em preço, mas que perde na agilidade para concorrentes menores.

A adequação dos serviços para o \”padrão FedEx\” é justamente o que vai determinar a mudança da marca da empresa pós-aquisição. De acordo com Américo, o nome só será alterado definitivamente para FedEx quando os serviços estiverem em linha com o que é praticado pela empresa americana.

Do Valor Econômico