Welber Barral, secretário de Comércio Exterior, disse ontem (27/05) que o Brasil poderá adotar medidas de retaliação contra a Argentina, caso seja confirmado que o bloqueio de caminhões na fronteira entre os dois países extrapola as questões burocráticas. Até o momento, conforme ressaltou, duas autoridades argentinas, a presidente Cristina Kirchner e a ministra da Produção, Débora Giorgi, garantiram que os contratos firmados com o Brasil serão cumpridos. “Adotamos a política da reciprocidade e temos um mecanismo de controle de importações”, explica Barral. Para evitar que o Brasil decida retaliar a Argentina por meio do adiamento na liberação de licenças não automáticas na importação de produtos argentinos, o governo do presidente Lula quer que Cristina Kirchner faça uma declaração oficial reiterando que sua administração não impôs barreiras à entrada de alimentos brasileiros em seu território. O secretário afirmou que tem recebido reclamações de motoristas de caminhão brasileiros que estão sendo parados na fronteira com a Argentina – até o momento -, oito veículos não receberam a autorização para entrar no país. “Não chega a ser uma situação anormal, já que na região passam 500 caminhões brasileiros diariamente. Estamos averiguando se existe algum problema a mais ou se estamos diante apenas de problemas de documentação, como vistos ou notas fiscais”, completa. Welber acrescentou que o comércio entre os dois países aumentou 50% no ano passado e que as exportações brasileiras para a Argentina representam um quarto das importações – deixando a entender que o rompimento comercial seria mais prejudicial para eles do que para o Brasil. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior as exportações brasileiras de alimentos para compradores argentinos somam US$ 2 bilhões, enquanto as importações da Argentina atinge US$ 500 milhões.

Fonte: Valor Econômico