A operação-padrão, adotada pelos auditores fiscais da Receita Federal – que iniciaram uma paralisação reivindicando reajuste salarial de 30,18% -, tem afetado a liberação de cargas no porto seco de Foz de Iguaçu. Em quatro dias de greve, cerca de mil cargas de importação e exportação deixaram de ser liberadas pela Estação Aduaneira Interior (Eadi). Com isso, o número de despachos diários não tem passado de 250, menos da metade da média registrada em condições normais.Apenas as cargas perecíveis, as perigosas e as dirigidas ao canal verde estão obedecendo aos prazos normais de liberação de até 12 horas.Para as demais, o pente fino elevou a espera para 72 horas.
No final da tarde desta quinta-feira (21/06), o pátio da Eadi estava lotado com 845 caminhões – 100 a mais que a capacidade total – carregados com veículos, máquinas, adubos, alimentos e grãos vindos ou com destino ao Paraguai, Chile e Argentina. Outros cerca de 260 aguardavam do lado de fora parados na BR-277, em postos de combustíveis ou nas transportadoras.
De acordo com o diretor de comércio exterior da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), Mário Camargo, antecipando-se à paralisação muitas transportadoras que atuam na fronteira deixaram de carregar os caminhões para evitar prejuízos. “Diferente dos despachantes, que deixam de ganhar, os transportadores têm que pagar os custos dos caminhões parados”, comentou adiantando que as perdas só deverão ser calculadas no fim da greve.
O terminal é o segundo maior porto seco do país. Desde o início da semana os auditores fiscais estão passando pente fino em todas as cargas (amarelas e vermelhas). Assim, cargas que nem sempre passam por conferência física estão sendo checadas, o que atrasa o despacho aduaneiro.
Fonte: Gazeta do Povo