Dados do Ministério da Previdência Social revelam que o setor de transporte rodoviário de cargas ocupa o primeiro lugar em número de acidentes de trabalho fatais. De acordo com o balanço, das 2.712 mortes que ocorreram em 2010, 260 foram no setor. Os números referentes ao ano passado ainda não foram divulgados. Em relação a acidentes que tem como consequência incapacidade permanente, ou seja, sequelas que impedem a pessoa de voltar ao trabalho, o setor de transporte rodoviário de cargas está em segundo lugar com 412, do total de 14.097. O primeiro lugar fica para a construção de edifícios, com 454 acidentes que causam incapacidade permanente. Em número de acidentes, em todo o País foram registradas 701.496 ocorrências no trabalho, sendo 16.910 só no setor de transporte de cargas. As atividades econômicas de serviços, que englobam o setor de saúde, somam 48 mil registros de acidentes. Contudo, os acidentes neste setor são menos graves do que os envolvendo motoristas de caminhão e trabalhadores da construção civil. De acordo com relatório da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, o excesso de jornada de trabalho é um dos principais motivos para o alto índice de acidentes. Para a SRTE, as causas do acidente estão relacionadas com excesso de jornada de trabalho e falta de regulamentação para limite de jornada de trabalho de motoristas de transporte de carga, empregados ou não, e para intervalo mínimo interjornadas para condução de veículos. A falta de registro legal do vínculo de emprego geralmente contribui para que o motorista trabalhe de modo mais intenso e extenso para garantir seu sustento e dos seus familiares, apontam os auditores fiscais.

Fonte: Repórter Brasil