Com o evento do Carnaval e consequentemente aumento do número de turistas nas estradas, a Childhood Brasil aproveita para ressaltar a importância da proteção de crianças e adolescentes nas rodovias. Festas populares – que envolvem uma grande quantidade de pessoas – como o Carnaval, podem contribuir para esse tipo de ocorrência. De acordo com pesquisa realizada pela Brunel University London, grandes eventos intensificam riscos de violação de direitos de crianças e adolescentes. O estudo (Exploração de Crianças e Adolescentes e a Copa do Mundo: uma análise dos riscos e das intervenções de proteção) aponta uma série de fatores que determinam o aumento dos riscos. Entre eles suspensão de dias letivos sem supervisão ou programação especial; coerção sobre crianças para atividades ilegais, como venda de drogas e roubo; alta demanda de trabalhos temporários; níveis elevados de abuso sexual e físico por conta de atividades festivas; efeitos negativos na saúde física e mental das crianças, causados por doenças contagiosas, caso sejam abusadas ou forçadas a usar álcool ou drogas.
Além disso, em mapeamento lançado, em novembro passado, pela Childhood Brasil , em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério Público do Trabalho, 1.969 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras foram identificados.
Segundo o com mapeamento, a região sudeste do Brasil foi apontada como a região com mais pontos de vulnerabilidade, com 494 áreas mapeadas. Em segundo lugar, aparece o nordeste, com 475 pontos propícios à exploração sexual de crianças e adolescentes, seguido das regiões sul (448), centro-oeste (392) e norte (160). Minas Gerais, Bahia e Pará lideram na quantidade absoluta de pontos críticos ou de alto risco.
De acordo com o Artigo 227 da Constituição Federal, é dever da família e da sociedade assegurar à criança e ao adolescente, entre outras coisas, o direito à dignidade, a salvo de toda forma de exploração, violência e crueldade. As denúncias de casos de violação desses direitos podem ser feitas no Disque Denúncia da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), o Disque 100.