Roubo de carga é um dos fatores para o crescimento desse setor
Devido ao aumento da demanda por serviços de transporte de cargas valiosas, as empresas de segurança brasileira Protege e a espanhola Prosegur estão investindo no segmento, que por muito tempo foi dominado pela americana Brink\’s no Brasil.
A Protege começou a atuar no segmento há um ano, tem quatro caminhões e planeja investir R$ 10 milhões para ter 25 unidades em operação nos próximos três anos. Já a Prosegur espera ter uma frota de dez caminhões até o fim de 2013. A Brink\’s opera nesse segmento com 22 caminhões e 14 vans. Como os carros-fortes, os veículos são blindados e, por exigência de lei, tripulados por quatro vigilantes armados e treinados, dispensando escolta.
Para a Protege e a Prosegur, com forte atuação em transporte de valores, entrar nesse mercado significa ampliar a atuação para áreas não alcançadas pelo carro-forte, pelas restrições de tamanho do veículo e por este se concentrar quase que totalmente no transporte de malotes de dinheiro. Já a Brink\’s iniciou sua atuação com o transporte de cargas especiais e depois partiu para carros-fortes. Fundada há mais de 150 anos nos Estados Unidos, a empresa chegou ao Brasil em 1966.
De acordo com Roberto Martins, gerente de logística global da Brink\’s, esse serviço avança 30% ao ano e a companhia aumenta sua frota de acordo com a demanda. Martins vê um grande potencial nesse mercado com o crescimento econômico do Brasil nos últimos anos e o avanço de mercados como o de artigos de luxo.
Novos negócios, como o comércio eletrônico, também usam esse serviço para transportar produtos dos centros de distribuição. O aumento do roubo de cargas em rodovias brasileiras ajuda a explicar a preocupação das empresas em proteger seus bens transportados.
Para Mário Baptista, diretor geral do grupo Protege, mais importante que o valor roubado, é o prejuízo para uma indústria que precisa parar a produção, no caso de furto de matéria-prima, por exemplo. Segundo Martins, da Brink\’s, o caminhão blindado com vigilantes a bordo é mais seguro do que um veículo seguido de carro de escolta.
\”É muito fácil o ladrão tirar a escolta de operação\”, diz. França, da Prosegur, diz que o serviço de transporte de cargas especiais é importante para ampliar o leque da empresa e oferecer um serviço completo, que une serviços geralmente vendidos de forma separada, como transporte, escolta, tecnologia embarcada e gestão de risco em uma só solução.
Do Valor Econômico