O coronavírus que parou as atividades de empresas de diferentes setores não baixou as portas das concessionárias de caminhões. Abertas ao público e com o pessoal de áreas prioritárias operando com a devida proteção e cuidados recomendados pelas autoridades de saúde, parte da rede autorizada das diferentes marcas está mantendo a rotina de atendimento na oficina, balcão de peças e vendas de veículos.

Logo no início do isolamento por conta da pandemia, o problema enfrentado pelos caminhoneiros com o fechamento dos estabelecimentos comerciais nas rodovias motivou algumas das concessionárias da rede Mercedes-Benz a estender as atividades na forma de ajuda aos motoristas com a distribuição de kits com de sanduíche, água e suco.

O vice-presidente de vendas, marketing caminhões e ônibus da companhia no Brasil, Roberto Leoncini, disse que logo no início das ações de isolamento a fábrica entrou em contato com as concessionárias que estavam fazendo esse trabalho e ingressou na ação ajudando nos custos.

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Neste período de pandemia, a rede está com 100 concessionárias funcionando em diversas partes do Brasil

“Hoje, 40 concessionárias espalhadas pelo Brasil estão fazendo esse trabalho”, disse o executivo, frisando a grande importância do atendimento aos caminhoneiros nos primeiros dias da pandemia, antes de outras empresas e entidades também terem campo para ajudar os motoristas.

ATENDIMENTO NA REDE

Leoncini lembrou que muitas lojas da rede Mercedes-Benz ficaram abertas para dar suporte mecânico e atendimento no balcão de peças na primeira semana. Disse que após o trabalho das concessionárias ser enquadrado como atividade essencial muitas se mantiveram abertas e hoje 100 lojas Mercedes-Benz em todo o Brasil se encontram funcionando.

E como decisão temporária, ele lembra da decisão da Mercedes-Benz em ampliar por mais 60 dias , em caráter temporário e emergencial, o período de cobertura de garantia de caminhões, ônibus e modelos da Linha Sprinter encerro em 1 de março deste ano.

“Dessa forma, veículos com 12 meses de cobertura passam a ter 14 meses e veículos com 12 meses de cobertura e 24 meses para o trem de força, passam a ter 14 e 26 meses, respectivamente”, explicou. A ampliação é válida também para o Programa Service 24 horas.

Quanto ao movimento de clientes, o executivo afirmou que há concessionárias com bastante frequência, especialmente na região do cinturão da soja, no Centro-Oeste. Comentou que para algumas o resultado pode ser positivo neste período, porque existem segmentos que continuam em andamento. Além disso, o impacto da crise não deverá igual em todos os setores.

NEGÓCIOS NÃO PARAM

 Do seu ponto de vista, os negócios continuam acontecendo. De acordo com ele, no Banco Mercedes-Benz, por exemplo, as solicitações de crédito de crédito continuam acontecendo.

No entanto, reconhece que será preciso saber o que vai acontecer com a capacidade de crédito de cada segmento, como pagar financiamento, por exemplo, porque todo mundo vai consumir o caixa durante esse período de isolamento. “Mesmo diante das iniciativas do governo para colocar liquidez no mercado, é difícil de medir,”, acrescentou.

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O executivo observou que embora o prazo para emplacamento de veículos tenha sido estendido, com a paralisação dos órgãos de trânsito, não se consegue fazer o seguro sem placa, e que ninguém quer correr o risco de rodar com o veículo descoberto. “Só se arrisca mesmo quem precisa muito do equipamento”, acrescentou.

Quanto ao futuro do setor de veículos pesados, Leoncini disse o mercado não vai mais emplacar 110 mil caminhões previstos para esse ano. Avaliou que nesse momento é difícil até de “chutar”, qual segmento será mais afetado pela crise, porque cada categoria deverá ser atingida de forma diferente.

UMA CRISE DIFERENTE

Leoncini acrescentou que em outras crises se perdia a capacidade de crédito, mas depois se retomava e havia recuperação, mas agora o problema chegou num momento em o País estava acelerando, todo mundo subindo.

“É preciso saber quanto da capacidade foi tomado, quanto cada um vai conseguir negociar etc. “Como eu disse, estamos analisando diariamente através do Banco Mercedes-Benz”, reforçou.

Nas fábricas (São Bernardo do Campo e Juiz de Fora), a produção encontra-se parada, com previsão de ser retomada em 04 de maio. Mas explicou que tem gente trabalhando para manter tudo funcionando. O 0800 da Mercedes-Benz está funcionando e o pessoal de vendas e serviços trabalhando remotamente.

De acordo com Leoncini, a unidade de Campinas/SP é a que tem mais gente trabalhando, porque é onde está a central de peças da Mercedes-Benz.  É lá também que se concentram as atividades de pós-venda da Mercedes-Benz do Brasil, (áreas de assistência técnica, a central de distribuição e logística de peças e ações de treinamento para clientes, concessionários e equipes da própria empresa), além da produção de peças remanufaturadas da linha Renov.