Apesar do volume tímido, o total de caminhões licenciados em 2017 cresceu em relação ao ano anterior. Isso depois de três anos seguidos de queda. Os números fecharam com 51.941 unidades vendidas contra as 50.559 unidades de 2016, aumento de 2,7%, segundo dados da Anfavea, associação que reúne fabricantes de veículos automotores instalados no Brasil.
O grande salto da indústria de caminhões em 2017 aconteceu no último trimestre do ano passado, quando os emplacamentos tiveram aumento de 47% em relação ao período anterior. O resultado pode ser creditado em maior parte à Fenatran, a feira nacional do transporte, evento onde tanto os fabricantes de veículos, quanto de implementos rodoviários e outras empresas do setor conseguiram alavancar negócios.
Há bons sinais no ar, pois até mesmo a Anfavea acredita que a partir desses bons resultados a cena mude de vez a partir deste ano. Tanto é assim que a expectativa de crescimento é da ordem de 25%, o que resultaria num número próximo a 80.000 caminhões emplacados. E o agronegócio será o ator principal para que essa cena se concretize.
“A safra vai ajudar a vender mais modelos extrapesados, mas esperamos a recuperação também de outros segmentos, como o de veículos para entregas urbanas, cujas vendas caíram muito nos últimos anos. De qualquer forma, o percentual de crescimento esperado é alto porque o volume ainda é muito baixo”, conta Luiz Carlos de Moraes, vice-presidente da Anfavea e diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz do Brasil.
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Na categoria de caminhões que pega a faixa a de 10 a 15 toneladas de PBT não houve mudanças significativas em 2017. O Ford Cargo 1119 se manteve na liderança e em relação ao ano de 2016 ganhou novos adeptos. Foram 1.094 unidades vendidas em 2017, as quais lhe garantiram participação de 30,55% no segmento. Contudo, se comparar ao ano de 2016, o Cargo 1119 vendeu 81 unidades a mais este ano.
Com PBT (Peso Bruto Total) de 10.510 kg, pela classificação da Anfavea o modelo da Ford pode ser classificado como caminhão médio. Con‑tudo, ele foi desenvolvido com o objetivo de atender e suprir uma demanda do mercado por veículos capazes de carregar maior densidade dentro da distribuição urbana. Com relação ao seu PBT superior, a engenharia da Ford justifica que o modelo possui atributos de um caminhão leve. A ideia é ter maior aproveitamento do produto, sem perder suas características, tanto é que ele tem capacidade para 7.164 kg de carga útil num baú convencional, por exemplo.
O caminhão é destinado às aplicações urbanas e interurbanas de curtas distâncias, sendo indicado para uso com baú isotérmico, baú frigorífico, carga seca, guincho, plataforma e bebidas, por exemplo. Por ser um caminhão de dimensões compactas, além da vantagem de ter 700 kg a mais de capacidade de carga em relação aos competidores de 10 t, ele pode entrar com mais mercadorias em ruas estreitas, comuns nas grandes capitais, tornando-se uma opção bastante competitiva, se levar em conta as inúmeras atividades em que ele pode ser aplicado.
Trata-se de um caminhão cujas características técnicas o levam à condição de produto preferido entre os frotistas. Um modelo zero quilômetro custa R$ 129.611, enquanto uma versão produzida em 2017 sai por R$ 110.802, o que lhe rende uma desvalorização de 14,51%.