A Petrobras, Braskem e Grupo Ultra anunciam a compra das Empresas Petróleo Ipiranga por US$ 4 bilhões, ou cerca de R$ 8,4 bilhões e caso o negócio seja efetivado, o consórcio irá adquirir 100% das ações do grupo gaúcho. A Petrobras e a Ipiranga são duas empresas com maior participação de mercado na distribuição de derivados de petróleo no Brasil e, após a aquisição, a estatal passará de 32% para 50% do setor doméstico.

A intenção de compra da Ipiranga visa reposicionar a Petrobras na área de distribuição e as opções incluem desde a troca com algum investidor com atuação no exterior, até a criação de novos empreendedores no País. Desta maneira, a Petrobras divide com a Braskem a área de petroquímica da Ipiranga, com participação de 40% e 60%, respectivamente. Com relação a distribuição, a Petrobras ficaria com um terço das atividades no Nordeste, Norte e Centro-Oeste, enquanto que o restante, Sul e Sudeste, ficaria com o Grupo Ultra. No caso da refinaria da Ipiranga, está seria repartida igualmente entre as três empresas.

Na opinião de José Alberto Paiva Gouveia, presidente da Sincopetro, sindicato que reúne os postos de gasolina no Estado de São Paulo, a aquisição resulta em concentração do mercado. \”Eles vão ficar com mais de 50% da distribuição de derivados de petróleo e isso não é nada bom\”, conclui. Para o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o negócio trará bons resultados para a companhia estatal sem causar nenhum impacto financeiro.

Conforme explicou o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires, o negócio vai resultar em concentração de mercado na área de derivados de petróleo, o qual deveria ser analisado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). \”Esse negócio representa uma concentração de mercado, apesar  de a Braskem e o grupo Ultra não terem negócios na distribuição de petróleo\”, comenta.

A Petrobras já havia tentado comprar a Ipiranga no início da década e chegou a disputar com o Grupo Repsol, porém não conseguiu concluir o negócio.