As rodovias das regiões da Baixada Santista e do Vale do Ribeira, que dão acesso ao Porto de Santos, aparecem na segunda posição do ranking de roubo de cargas nas estradas do Estado. O Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter) 6, que abrange os 24 municípios, perde apenas para o Deinter 2, que reúne 38 cidades da região de Campinas, no interior.
Em maio, o índice de crimes praticamente dobrou na comparação com o ano passado na região. No quinto mês deste ano, 40 roubos s foram registrados no Deinter 6. Já, no mesmo período do ano passado foram 21 ocorrências.
A listagem, feita pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, aponta a localização do cais santista e o grande fluxo de mercadorias que trafegam por esta região como os principais motivos para o índice de roubo de mercadorias. Na área de abrangência do Deinter 6, as rodovias Anchieta e dos Imigrantes são responsáveis pelo escoamento e abastecimento de carga entre o Porto de Santos e as principais regiões do Estado e do País.
Já a BR-116, que passa pelos municípios do Vale do Ribeira, é responsável pela ligação viária entre o complexo santista e a região Sul do País. Os roubos também aconteceram na Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP 248/55, antiga Piaçaguera-Guarujá), e na Rodovia Padre Manuel da Nóbrega (SP 55).
Nos cinco primeiros meses do ano, período em que as estatísticas estão disponíveis, foram registrados 143 roubos de cargas nas rodovias da Baixada Santista. No mesmo período do ano passado, 132 ocorrências foram contabilizadas.
Mas, de acordo com os especialistas em segurança, a situação não é tão crítica como parece. O motivo é a forma de contagem dos crimes, realizado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Segundo o órgão, o princípio da transparência obriga que as ocorrências envolvendo roubo a caminhões ou veículos de entrega de mercadorias em área urbana sejam contabilizados como roubo de cargas. Neste caso, até assaltos envolvendo carteiros e suas bolsas de correspondência entram nas estatísticas.
Se um caminhão de bebidas tem o motorista abordado e roubado no instante em que está realizando a entrega e apenas uma ou algumas caixas do produto são roubadas, a ocorrência também é registrada como roubo de cargas. Porém, isto só acontece quando os bandidos não roubam também o veículo.
Para comprovar a discrepância entre os dados, pode-se observar os números fechados do ano passado. No levantamento do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), o total de ocorrências de roubo de cargas registradas na região chegou a 147. Já os números da Secretaria Estadual de Segurança Pública são bem maiores e alcançam 364 crimes.
O primeiro dado é referente às ocorrências envolvendo cargas de alto valor econômico, como as transportadas em contêineres. Já o segundo abrange todos crimes em que mercadorias são roubadas, independentemente do valor.
Fonte: A Tribuna