1736O trecho de 850,9 quilômetros da BR-163 em Mato Grosso- que vai da divisa entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso até a cidade de Sinop/MT- será administrado nos próximos 30 anos pela empresa Odebrecht S/A, que ofereceu proposta de valor de tarifa de pedágio de R$ 0,02638 por quilômetro (ou R$ 2,638 para 100 quilômetros rodados), o que representa um deságio de 52,03% em relação ao teto de R$ R$ 0,055 fixado pelo governo.
A BR-163 é o principal canal de escoamento da safra agrícola do estado e por onde passam 70% da produção regional de grãos e também é a campeã em número de acidentes, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) . O trecho concedido à iniciativa privada liga as regiões médio-norte ao sudeste do estado, até a divisa com Mato Grosso do Sul e corta a maior zona produtora de grãos, passando por 19 municípios, entre eles Sorriso, capital brasileira do agronegócio e a maior produtora individual de soja do mundo.
Durante a concessão, a concessionária terá que fazer obras de duplicação e manutenção da rodovia, além de implantar melhorias. A sinalização da via desagrada e é ruim. O estado geral, do pavimento e a geometria, por sua vez, são regulares. Do total de 850,9 km do trecho, quase 720 km (718,8 km) são em pista simples; 18,2 km de pista dupla sem canteiro central; 95,7 km com pista dupla e com canteiro; e 44,8 km de vias marginais pavimentadas.
A empresa administradora será responsável por duplicar 453,6 km do trecho de 850,9 km. Quase metade (395km) já foi ou está em fase de duplicação por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
A previsão é que sejam investidos cerca de R$ 3,6 bilhões ao longo da concessão na duplicação e conservação da rodovia, entre outras melhorias previstas em contrato. Pelas regras fixadas no edital, a cobrança de pedágio só pode ter início quando 10% das obras de duplicação previstas estiverem concluídas. Na extensão estarão nove praças de pedágio, distribuídas nos quilômetros 38 (Itiquira); Km 138 (Rondonópolis); Km 237 (Campo Verde/Santo Antônio de Leverger); Km 300 (Cuiabá/Santo Antônio de Leverger); Km 402 (Acorizal/Jangada); Km 515 (Diamantino); Km 582 (Nova Mutum); Km 667 (Lucas do Rio Verde); Km 772 ( Sorriso).
Sete grupos participaram do leilão. Os envelopes com as propostas foram abertos hoje (27/11) na BM&FBovespa, em São Paulo. Pelas regras do edital, foi declarado vencedor o grupo que ofereceu o menor valor para o pedágio que será cobrado dos motoristas. O trecho é o segundo a ser leiloado pelo governo federal dentro do Plano de Investimento em Logística (PIL). O primeiro foi o trecho da BR-050 entre Goiás e Minas Gerais, no dia 18 de setembro, e teve o consórcio Planalto como vencedor.
Fonte: G1