Dirigentes de empreiteiras afirmaram que no final do ano passado as empresas de serviços de manutenção ameaçaram paralisar as obras de conservação de rodovias administradas pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) em pleno período de férias escolares, porque o governo paulista atrasa os pagamentos e desvia recursos para o Rodoanel – obra considerada a “vitrine” política do governador Geraldo Alckmin. Ocorre que, a receita da Dersa provém dos pedágios das Rodovias Ayrton Senna, Carvalho Pinto e Dom Pedro I, e os contratos prevêem a destino desses recursos à manutenção das rodovias. O secretário dos Transportes, Dario Raiz Lopes, confirma os atrasos, mas nega que a Dersa tenha privilegiado o pagamento à empreiteiras do Rodoanel. Como está previsto que a obra do Rodoanel deve ser executada com a participação da União e do Município, no ano passado esse empreendimento recebeu recursos destinados à área de habitação, devido ao atraso de pagamento pelo Governo Federal e pelo desinteresse da administração municipal (desde a gestão Pita) no empreendimento. O atraso nos pagamentos, que acontece há dois anos, não ultrapasse os 90 dias, prazo limite para se pleitear indenização, motivo pelo qual os empresários afirmam que os usuários não percebem que certos serviços deixariam de ser executados por falta de verbas, como no caso das obras nas encostas, trabalhos de drenagem e limpeza de bueiros.