Em março, a Novozymes, indústria dinamarquesa de biotecnologia, pretende apresentar no Brasil dois produtos para viabilizar a produção de etanol a partir de resíduos agrícolas, em escala comercial. São enzimas batizadas de Cellic CTec2 (celulase) e a Cellic HTec2 (hemicelulase), que podem liberar os açúcares contidos na palha de milho, restos de madeira e bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo. São proteínas especializadas em catálise biológica, resultado de uma pesquisa de dez anos.

A Novozymes calcula que as primeiras usinas pré-comerciais devem surgir no Brasil no ano que vem ou 2012. “Estamos desenvolvendo parcerias para habilitar o uso dessa tecnologia em escala comercial no País”, disse Pedro Luiz Fernandes, presidente da Novozymes Latin America. A apresentação dos produtos será feita no F.O. Licht\’s Sugar and Ethanol Brazil 2010, evento voltado para o mercado sucroalcooleiro, que acontece em São Paulo, entre 22 e 24 de março. As novas enzimas também foram apresentadas nos Estados Unidos, que em breve devem começar a produzir etanol a partir da palha e do sabugo do milho em suas usinas. As primeiras plantas comerciais que vão produzir etanol celulósico nos EUA poderão chegar a um preço de custo abaixo dos US$ 0,50 por litro do combustível. “A produção de etanol celulósico poderia ser vista como uma fonte de renda complementar a outras já existentes na indústria sucroalcooleira”, finaliza.