Recentemente a NTC&Logística (Associação Nacional das Empresas Transporte de Cargas e Logística) divulgou uma pesquisa realizada junto às empresas do setor apontando a defasagem média de 11,1% entre os valores praticados atualmente para fretes fracionados e o custo real que recai sobre o transportador, em todo o Brasil. O estudo foi feito pelo Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Econômicas da NTC.

A entidade explica que além das altas acumuladas dos insumos, contribuíram para este resultado resíduos não repassados de reajustes anteriores e recentes atualizações técnicas na própria matriz de custos. Um exemplo citado pelo órgão é a péssima condição de conservação das rodovias, que atingiram seu pior nível em 2007, e geram maiores custos por quilômetro rodado e reduzem a produtividade dos veículos.

– Outros fatores
Os empresários transportadores paranaenses concordam com o índice de defasagem de 11% nos fretes fracionados, e acrescentam outros fatores como dificuldades na coleta e entrega das cargas fracionadas. \”O valor do frete fracionado precisa agregar o custo do tempo parado dos caminhões, que cada vez mais reduz a produtividade de nossa frota\”, observa Silvio Kasnodzei, diretor do Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná). O executivo acrescenta que é comum um caminhão perder entre três e cinco horas para descarregar apenas cinco ou dez caixotes. Enquanto em um dia, o mesmo caminhão poderia entregar cargas fracionadas em cinco ou seis destinos.

Outras dificuldades são falta de local adequado para estacionar o veículo nas cidades; demora do destinatário para finalizar os trâmites de nota fiscal e documentação de comprovação de entrega da carga; desorganização dos destinatários; descumprimento do horário agendado pelo destinatário; falta de pessoal para recebimento adequado da carga; falta de investimentos em depósitos e docas adequados ao atual volume de tráfego de produtos e mercadorias. Além disso, lembram os empresários transportadores, enquanto o caminhão está parado no local, aguardando trâmites de entrega, o motorista não dispõe de banheiros nem alimentação. Kasnodzei também observa que em casos de entregas em outros Estados onde há perda de tempo para desembaraço de trâmites burocráticos da documentação das cargas – como no Norte e no Mato Grosso – as empresas transportadoras já incorporaram um fator de custo nomeado como TDE (Taxa de Dificuldade de Entrega).