Apesar da polêmica a respeito da obrigatoriedade do exame toxicológico para condutores das categorias C, D e E algumas entidades defendem a lei. É o caso da Associação Brasileira de Provedores de Serviços Toxicológicos (Abratox) que acredita ser fundamental para atenuar o elevado risco de acidentes com motoristas profissionais, assim como ocorreu nos Estados Unidos. São Paulo é um dos Estados com maior número de condutores nessas categorias e o não cumprimento da exigência do teste permitiu que cerca de 26 mil motoristas potenciais usuários de droga tenham conseguido tirar suas habilitações, colocando milhares de vida em risco.

O Brasil ocupa a terceira colocação entre os países com mais mortes no trânsito. Mais de 38% dos acidentes nas rodovias federais envolvem veículos pesados, apesar de estes representarem apenas 4 % da frota nacional. O teste permite identificar o uso de drogas ao longo de, no mínimo, 90 dias antes da coleta do material (cabelo, pelos ou unha), inibindo seu consumo por esses profissionais que, hoje, as utilizam para resistir à pesada jornada de trabalho a que são submetidos. Para a Abratox, o exame é uma poderosa arma na prevenção, no combate ao consumo de drogas e na efetiva redução da violência viária envolvendo motoristas profissionais.

Experiência positiva nos EUA

De acordo com a Abratox, nos EUA, grandes transportadoras vêm utilizando o teste de larga janela há 10 anos. Com isso, o índice de acidentes envolvendo motoristas profissionais usuários de drogas caiu para praticamente zero nestas empresas, assim como os acidentes envolvendo esses mesmos motoristas sob efeito de substâncias psicoativas. No final do ano passado, o presidente Barack Obama aprovou o uso de exame toxicológico por empresas transportadoras na pré-admissão e no procedimento randômico de motoristas profissionais. No Brasil, o teste já é adotado há mais de 15 anos pelo Exército, Marinha, Aeronáutica e pelas Polícias Federal, Militar, Civil e Rodoviária Federal, além do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal de vários Estados, com resultados comprovados.