Veículos não entraram no pátio da empresa e estacionaram nas avenidas

O envio acima do normal de carretas destinadas ao T-Grão, terminal que movimenta granéis na margem direita (Santos) do cais foi o principal motivo, de acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), para o congestionamento no acesso ao porto de Santos e também pela lentidão em alguns trechos do Sistema Anchieta- Imigrantes. Segundo a Ecovias, que administra o sistema, o volume de tráfego de caminhões com destino ao litoral foi 2,7% maior que a média para o período entre meia-noite e 16 horas. Mais de 8,4 mil carretas desceram à região nesse intervalo.

Ainda conforme explicação da Codesp,  \”problemas na origem\” fizeram com que o número de caminhões deslocados para o porto superasse a quantidade de vagas alocadas pelo T-Grão no Ecopátio e no Rodopark, os dois estacionamentos reguladores de carretas. Localizados em Cubatão, eles fazem a triagem dos veículos destinados ao porto. O problema foi agravado por um acidente na Anchieta.

A Codesp observou que a baixa capacidade de estocagem nas regiões produtoras agrícolas fez com que rodovias e ferrovias absorvessem o excesso da carga escoada na origem. Os reflexos acabaram se tornando mais críticos na ponta da cadeia logística – os portos. O volume de cargas escoadas por Santos começou forte neste ano. Em janeiro, somou 7,9 milhões de toneladas, um recorde, com aumento de 27% sobre o mesmo período de 2012. A estimativa da Codesp é encerrar o ano com 109 milhões de toneladas.

Desde o início da manhã de hoje (06/03), agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da guarda portuária orientavam os motoristas nas vias portuárias. Sem rota de fuga, os caminhões não conseguiram entrar no pátio da empresa para descarregar e permaneceram estacionados ao longo das avenidas Mário Covas Júnior e Perimetral, gerando transtornos nas imediações. Segundo a Prefeitura de Santos, pela quinta vez nos últimos 12 dias, a CET multou o T-Grão. Prevista no Código de Trânsito Brasileiro, a pena foi aplicada à empresa no valor máximo permitido, de R$ 319,20 por autuação.

O presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Querginaldo Camargo, afirmou que os terminais de contêineres do porto de Santos trabalham com sistema de agendamento eletrônico prévio de caminhões. A programação é feita no próprio site eletrônico das empresas, para que a carreta só se dirija ao cais quando houver espaço nos terminais para receber a carga.

Do Valor Econômico