Os organizadores do Congresso SAE Brasil estimam que 850 milhões de veículos em circulação no mundo são utilizados por cerca de 6,6 bilhões de consumidores, e por isso o automóvel entra no centro das discussões sobre o impacto ambiental. José Henrique Senna, presidente do congresso, abriu o evento na quarta-feira (28/11), na capital paulista, com o tema: \”Os Desafios da Engenharia da Mobilidade no Contexto Mundial\”, com foco nas tecnologias de prevenção de acidentes de trânsito e na diminuição dos efeitos dos gases que provocam o aquecimento global.

Durante o Painel Blue Ribbon, realizado em 28 de novembro, o presidente da Ford, Marcos de Oliveira, ressaltou o papel da engenharia e da pesquisa por novas tecnologias como fatores fundamentais para o avanço do setor automotivo, aliados com a preocupação com o meio ambiente. Dentre as contribuições da empresa estão investimentos em veículos com combustível alternativo ao petróleo desde a década de 70, powertrains mais eficientes e o uso de materiais mais leves nos veículos, como ligas de alumínio. \”Atualmente usamos fibras naturais na produção de bancos, entre outras ações, mas pensamos também na linha de montagem. Hoje, utilizamos aquecimentos a gás nas montadoras, diminuímos os gastos com iluminação e aproveitamos melhor o uso de matérias-primas, reduzindo em média 10% os gastos na produção de cada veículo\”, complementou Oliveira.

Centrado na busca pelo desenvolvimento de novos produtos e tecnologias com menor impacto ambiental no setor automotivo, o Painel Blue Ribbon apresentou estratégias e opiniões de dirigentes das montadoras sobre o tema. A ampliação do uso de combustíveis alternativos e os desafios da indústria no futuro também foram debatidos durante o evento, que contou com a participação de Marco Mazzu, presidente da Iveco, e Holger Westendorf, vice-presidente de Desenvolvimento e Tecnologia do Produto da Volkswagen, sob mediação do jornalista Paulo Braga, diretor da Automotive Business.

\”Chegamos perto da marca de 3 milhões de veículos produzidos neste ano, com a previsão de aumento ainda maior até o final da década. Conciliar essa marca com a preocupação ambiental e as novas tecnologias é um desafio constante\”, disse Paulo Braga, na abertura do painel.

Veículos híbridos, elétricos e nanotecnologia
Carros híbridos e elétricos e o uso da nanotecnologia são apenas algumas das novidades anunciadas pelos dirigentes durante o fórum. Holger Westendorf, da Volkswagen, comentou as estratégias da montadora frente às novas demandas ambientais. O desafio é a busca cada vez maior por automóveis seguros e acessíveis, sem deixar de lado a preservação ambiental. \”O consumidor está atento à questão. A Volkswagen tem investido em pesquisas de combustíveis renováveis e no uso de tecnologias que envolvem desde a criação de baterias com maior durabilidade até a utilização de magnésio na construção de caixas de câmbio, o que as torna mais leve\”, disse Westendorf.

Veículos pesados
O desafio se estende também para caminhões e demais veículos de grande porte, responsáveis pela emissão de 11% de CO2 na atmosfera na América Latina e 22% na Europa. Para Marco Mazzu, presidente da Iveco, veículos com longo tempo de duração colaboram para o cenário. \”A aplicação da eletrônica e as novas tecnologias em acessórios e demais equipamentos são uma preocupação constante no projeto dos veículos que saem hoje de fábrica. Procuramos eliminar elementos como chumbo e mercúrio dos veículos extrapesados, com o uso de materiais mais leves e que não agridam o meio ambiente\”, disse.
Data do evento: de 28 a 30 de novembro
Local: Transamérica Expo Center – SP
Horário: dia 28, das 10h às 21h, e dias 29 e 30, das 9h às 21h.642