Na briga por maior participação do mercado, fabricantes investem pesado para aumentar capacidade produtiva e atender o potencial do mercado brasileiro até 2016 que, estimam, vai duplicar em cinco anos. As empresas de implementos rodoviários devem investir quase R$ 3 bilhões com bases nas perspectivas futuras. Elas vão aumentar a capacidade produtiva no País para atender a demanda do mercado nos próximos anos.

A maior parte dos investimentos vem do Grupo Randon, que vai aplicar R$ 2,5 bilhões no período de 2012 a 2016. Boa parte dos recursos será destinada às unidades de produção. A estimativa é um aumento de 60% em sua capacidade instalada em 2016 em relação a 2011. \”Nos últimos 15 anos, saltamos de um faturamento de R$ 600 milhões para R$ 6,4 bilhões ano passado. E isso somente foi possível com a adoção de uma política de investimentos de longo prazo. Não esperamos a demanda chegar para investir\”, disse o diretor de relações com investidores da Randon, Astor Schimitt. A Randon possui hoje três unidades de produção de implementos rodoviários, duas no Brasil e uma na Argentina. Ao todo a companhia fabrica cerca de 25 mil unidades por mês. \”Já usamos cerca de 90% de nossa capacidade instalada\”. A expectativa é que em 2016 a empresa possa produzir cerca de 80 mil equipamentos por mês.

Embora mais modesta, a Noma, que detém cerca de 10% das vendas de reboques e semirreboques no Brasil, não esconde a disposição para brigar com as gigantes e abocanhar uma maior fatia do mercado. Para isso, investirá R$ 75 milhões na nova fábrica em Tatuí, interior paulista, e a estimativa é que ela entre em operação no segundo semestre de 2013.\”As obras começam no próximo mês. Com a nova unidade em operação estaremos mais próximos do maior mercado, que é São Paulo. Acreditamos que poderemos alcançar 12% de participação em 2016, em um setor que deverá chegar a 70 mil unidades de reboques e semirreboques\”, disse o presidente da companhia, Marcos Noma.

Já a Facchini – que detém 14% de participação nas vendas de semirreboques no País, espera aumentar a fatia no mercado com atuação mais forte em equipamentos para o transporte de grãos. A companhia vai inaugurar uma fábrica em Rondonópolis (MT) dedicada à produção desse tipo de implemento rodoviário. Segundo o diretor comercial da empresa, Euclides Facchini Filho, a nova unidade vai consumir R$ 40 milhões e deve entrar em operação em quatro anos. As obras já começaram e até o final deste ano a primeira fase do projeto começa a rodar.
\”Agora vamos produzir entre 20 a 50 semirreboques por mês. Quando a fábrica estiver realmente pronta, a capacidade será entre 100 a 150 equipamentos mensais\”, afirmou o executivo. Neste ano, a empresa deve investir cerca de R$ 80 milhões, isso se o mercado for demandante. \”Hoje, vivemos numa situação de espera. Caso as vendas reajam a tempo, ao longo do ano os aportes serão equivalentes aos de 2011. Se isso não acontecer, nosso plano é aplicar R$ 40 milhões.\”

Mercado – No ano passado, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), foram comercializados cerca de 60 mil equipamentos. Neste ano, porém, o mercado tem vivido momentos difíceis. De acordo com balanço divulgado pela entidade, de janeiro a maio deste ano, o segmento verificou uma baixa de 6,30% nas vendas. No período, foram emplacadas 69.871 unidades, contra 74.572 no ano passado.
Neste cenário, a Randon divulgou recentemente queda de 21,1% na receita líquida de maio nas vendas de implementos rodoviários. A redução, segundo a empresa se deve à mudança na lei de emissões de poluentes por motores de veículos comerciais (Euro 5), que gerou queda na produção de caminhões e ônibus. A companhia obteve faturamento líquido de R$ 308,3 milhões, que levou a receita acumulada de janeiro a maio para R$ 1,34 bilhão, uma retração anual de 21,5%.

Fonte: Brasil Econômico