Até o fim do ano pesquisadores da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) estarão recolhendo plantas da mata atlântica e do cerrado de Minas Gerais, para testar 3 mil espécies e cem de fungo contra doenças como o câncer, o mal de Chagas e a Leishmaniose. As novas coletas dependem ainda de autorização, mas a equipe do Centro de Pesquisas René Rachou, em Belo Horizonte/MG, com base numa biblioteca de extratos vegetais obtidos anteriormente, está em plena atividade e já conseguiu resultados promissores contra alguns tipos de tumor e o micróbio causador do mal de Chagas (Trypanosoma Cruzi). “Algumas plantas são de gênero nunca antes investigados e vários extratos, das famílias leguminosas e dos crisântemos mostraram atividade significativa em um ou mais ensaios”, afirma o farmacêutico Carlos Zani. A idéia é recolher uma amostra aleatória de espécies nativas, de preferência as que não tenham uso na medicina popular. Além da pesquisa para a cura do câncer, mal de Chagas e da leishmaniose, os pesquisadores pretendem controlar o sistema de defesa do organismo, algo que poderia ser útil para combater a rejeição de transplantes. O projeto conta com o apoio da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), participação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e o Cetec (Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais), e possui verba de R$ 350 mil.