O governo recuou e restabeleceu o entendimento entre a Secretaria da Comunicação e a área cultural. Após reunião realizada ontem (06/05) no Rio de Janeiro, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do Governo, Luiz Gushiken, informou que cabe ao Ministro da Cultura, Gilberto Gil, estabelecer a política cultural. Gushiken cancelou as regras e outros critérios de sites das empresas até que sejam criadas as novas diretrizes, e classificou de \”um grande equívoco\” a determinação de novas regras de concessão de incentivos para projetos patrocinados pelas estatais. O especialista em patrocínio cultural, Yacoff Sarkovas, que prestou consultoria para a Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica da Presidência, diz não ter nenhuma responsabilidade pelas regras publicadas. Sarkovas afirmou que não sugeriu normas como financiar somente \”produtos que promovam a imagem do Brasil no Exterior\” ou que privilegiem o \”folclore ou o regional\”. Ele achou estranho que somente uma atividade, o cinema, tenha visto problemas nas regras estipuladas pelas estatais, já que dizem respeito a toda área empresarial, como projetos sociais, ambientais, esporte profissional e amador. O cineasta Cacá Diegues, precursor da crise ao acusar o governo de fazer \”dirigismo cultural\”, disse que confia no Ministro da Cultura para conduzir a questão. \”O Gil é da cultura, ele é da área, acho mais adequado que seja assim\”, ponderou o cineasta.