Ideia é tentar impedir que o preço dos pedágios seja tão elevado

O governo do Paraná estuda custear parte das obras de duplicação das rodovias PR-445, PR-323 e PR-092, dentro do modelo de Parceria Público-Privada (PPP). O objetivo seria impedir que o pedágio, caso adotado nesses trechos, tenha preço tão elevado quanto em concessões mais antigas.

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) admite que será necessário cobrar dos motoristas para viabilizar o projeto de duplicação. Duas empresas já estão autorizadas a realizar os estudos de viabilidade técnica e econômica das obras, com conclusão prevista para setembro. A abertura das licitações é esperada para o início do próximo ano.

O prazo para que empresas manifestassem interesse em estudar a viabilidade das obras terminou em 25 de maio e, segundo a Secretaria Estadual de Planejamento, somente a Triunfo Participações e Investimentos e a Odebrecht Participações se interessaram em realizar o estudo. As duas já haviam se manifestado em 18 de abril, quando receberam parecer favorável do Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas do Paraná.

A Triunfo – dona da concessionária de pedágio Econorte – foi autorizada a estudar os quase 80 quilômetros da PR-445 entre Londrina e Mauá da Serra e os 124 quilômetros da PR-092 entre Jaguariaíva e Santo Antônio da Platina. Já a Odebrecht – ligada à Viapar – vai estudar a duplicação da PR-323 e rodovias adjacentes, um corredor rodoviário de 300 quilômetros entre Guaíra e o interior de São Paulo.

De acordo com o DER, além dos detalhes técnicos das obras, os estudos de viabilidade devem indicar a modelagem de cobrança a ser feita nos trechos duplicados. Segundo o órgão, a intenção é que parte das obras seja concluída antes do início da cobrança e que os valores sejam menores do que o padrão atual de pedágio. Isso porque a taxa interna de retorno – o lucro da empresa, que chega a 20% em algumas concessões atuais – deve ser menor do que 10% nos contratos de PPP. O DER também admitiu a possibilidade do governo entrar como parceiro na obra baixar o preço do pedágio.

O economista Elton Augusto dos Anjos, membro da Coordenação de PPPs da Secretaria Estadual de Planejamento, explica que caberá à iniciativa privada propor soluções inteligentes e de baixo custo. “É difícil dizer se terá algum tipo de tarifa, isso será uma definição das secretarias e do governador. Tudo depende da modelagem financeira, o estado pode bancar a diferença para que as tarifas não sejam muito altas.”

Por meio de assessoria de imprensa, o presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar), Antonio Ribas, preferiu não comentar as possíveis modelagens de cobrança ao usuário, uma vez que a discussão das PPPs das rodovias não foi levada ao conhecimento do órgão. “Analisaremos a pretensão do governo e empresas na fase anterior ao processo de licitação que deverá ocorrer. Assim é o trâmite previsto. Nesta fase, as tratativas são conduzidas pelo DER e pela SEPL.”

Da Gazeta do Povo