Em reunião realizada ontem (25/02) entre o governo e representantes dos motoristas de caminhão firmou-se acordo pelo qual o governo se comprometeu a sancionar sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, aprovada pela Câmara no dia 11, e a não reajustar o preço do diesel nos próximos seis meses. Além disso, empresários e motoristas elaborarão uma tabela para definir os preços do frete. Porém foi exigido que todas as estradas bloqueadas fossem liberadas.
O governo conseguiu na Justiça a liberação das rodovias federais em 11 Estados e impedem os motoristas de fecharem todas as rodovias federais de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Ceará, e em 14 municípios dos Estados do – Paraná, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Porém, até o início da manhã desta quinta-feira (26/02), havia bloqueio de caminhões em rodovias de Mato Grosso,  Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goias, Santa Catarina e São Paulo.
Os juízes fixaram multas que variam de R$ 1 mil a R$ 50 mil para cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar as pistas. Porém, como a decisão inclui apenas as rodovias federais, os motoristas têm fechado estradas estaduais, no sul do País.  Os bloqueios afetaram o abastecimento em algumas regiões, além de inviabilizar a produção de setores como laticínios e carros. A ação está impedido também o abastecimento de diversas regiões.
O setor civil do Rio Grande do Sul, por exemplo, já começou a sentir os primeiros efeitos dos protestos e paralisações. O Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro do Estado do RS (Sindibritas) e a Associação Gaúcha dos Produtores de Brita, Areia e Saibro (Agabritas) alertam que os insumos não estão chegando às obras e às concreteiras. As peças de reposição das máquinas também estão trancadas nos protestos. O Sindibritas e a Agabritas afirmam que os insumos não correm o risco de estragar, pois podem ser armazenados a longo prazo nos caminhões. A Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) já registrou queda de 10% na entrada de caminhões carregados de frutas, como a maçã, pera e melancia, vindos da região Sul do Brasil. A categoria protesta contra o aumento do preço do litro do óleo diesel e o valor pago pelos frentes, que considera baixo.
Fonte: G1