Número de acidentes na via caiu, mas total de mortes é maior

Dados da Polícia Rodoviária revelam que a Rodovia Índio Tibiriçá (SP-031) registrou três vezes mais vítimas fatais no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2011. Nos seis primeiros meses, 77 pessoas perderam a vida, ante 24 até a metade do ano passado. O número equivale a uma morte a cada pouco mais de dois dias. Circulam pela via cerca de 17 mil veículos diariamente.

Com base nos números é possível constatar que a via é a estrada mais violenta da região, tanto em números absolutos como na proporção. No primeiro semestre, o total de mortes equivale a duas por quilômetro, contra 0,23 no Sistema Anchieta-Imigrantes e 0,06 no Trecho Sul do Rodoanel.

Até junho, 2.272 acidentes foram registrados na via, que liga São Bernardo a Suzano, passando também por Santo André e Ribeirão Pires. Isso equivale a cerca de 12 ocorrências por dia. O número, apesar de alto, apresentou pequena queda em relação aos seis primeiros meses do ano passado, quando houve 2.284 acidentes. A rodovia, que não é concessionada, é administrada pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem), e tem cerca de 37,2 quilômetros de extensão.

Na avaliação da polícia, a relação entre a diminuição do total de ocorrências e o aumento no número de mortes indica que os acidentes foram mais graves que os de 2011. Outra conclusão é que os casos envolveram veículos com maior número de ocupantes. A imprudência, como excesso de velocidade e ultrapassagens em local proibido, é apontada como a principal causa. O DER foi procurado para comentar os números e detalhar medidas para diminuição dos acidentes, mas não se manifestou.

A duplicação da Rodovia Índio Tibiriçá é uma das sugestões para diminuir o número de mortes na via. A opinião é do especialista em engenharia de tráfego Horácio Figueira. \”Grande parte dos acidentes ocorre quando os carros ficam incomodados com a presença de caminhões lentos à frente e tentam a ultrapassagem em local proibido. A duplicação resolveria isso, pois cria pontos para ultrapassagem segura.\”

A estrada tem 37,2 quilômetros toda de pista é simples, ou seja, há apenas uma faixa para ir e outra para voltar. Outro fator de risco é a existência de aclives e declives que impedem a visão dos carros na pista contrária, além da neblina.

Fonte: Diário do Grande ABC