As irregularidades da malha rodoviária brasileira – problemas que vão desde buracos no caminho, asfalto irregular, falta de policiamento e lixo espalhado pelas estradas – encarecem os produtos transportados por meio dela entre 50 e 60%. \”A ineficiência logística é tão pesada quanto a carga tributária\”, diz o professor da Faculdade IBS da Fundação Getúlio Vargas (IBS/FGV) Hugo Ferreira Braga Tadeu. Para comparar, nos Estados Unidos, a mesma equação resulta em 25% do preço dos produtos. Enquanto dados do Banco Mundial (Bird), demonstram que no Brasil 62% de tudo o que se produz é transportado por rodovias, índices revelam que apenas 13% delas são pavimentadas. E mesmo nas estradas asfaltadas, pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que somente em 41,2% do total, o motorista trafega em condições ótimas ou boas. \”Se as rodovias federais, que deveriam ser as melhores, já estão em estado de calamidade, você consegue imaginar como estão as vicinais? Principalmente em época de chuva, é comum perder produto porque o caminhão atolou, caiu no buraco, quebrou\”, diz o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira. Ele destaca ainda que tanto em estradas de terra, quanto nas rodovias federais há buracos, pistas estreitas e sinalização precária. \”Praticamente tudo que se consome passa por um caminhão e enfrenta os problemas das estradas. A conta acaba com o consumidor\”, finaliza Moreira.

Fonte.: O Tempo