Maior concentração de cargas retidas nas aduanas deverá ocorrer no início da próxima semana

O protesto nacional dos auditores fiscais da Receita Federal tem duas formas de manifestação em Uruguaiana/RS. Os da área burocrática entraram em greve na terça-feira (18/03), mas aqueles que atuam diretamente na liberação de cargas fazem operação padrão. A prioridade no desembaraço é para veículos que transportam produtos perecíveis, remédios e cargas perigosas. Na jurisdição de Uruguaiana, há 52 profissionais, 34 dos quais lotados na sede do maior Porto Seco da América Latina e os demais em inspetorias da região.

Segundo o delegado da Receita Federal, Josemar Dalsochio, a categoria é responsável pela liberação de 550 caminhões, diariamente, enquanto outros 550 permanecem como estoque nos pátios do PSR, o que representa um movimento total de 1,1 mil caminhões/dia pela cidade portuária. Dalsochio destaca que toda a equipe de auditores lotada na área aduaneira está em ritmo de operação padrão, analisando minuciosamente as cargas. Ele observa que é prematuro contabilizar prejuízos e que os reflexos somente serão sentidos em 48 horas de paralisação. Acrescenta que na Argentina, durante o feriadão que começa nesta quarta-feira (19/03) e se estende até a próxima segunda-feira (24/03), apenas caminhões habilitados poderão cruzar a Ponte Internacional. Na Sexta-Feira Santa não haverá nem mesmo habilitação. Dalsochio acredita que as empresas, em razão da greve fartamente anunciada, da Semana Santa e das restrições de rodagem no interior do vizinho país devem ter montado logística eficiente para minimizar os possíveis entraves. Prevê que no início da próxima semana o tráfego será intenso e a concentração de veículos a maior do ano.

Em Livramento, que faz fronteira com a cidade uruguaia de Rivera, o primeiro dia da greve não chegou a afetar a totalidade dos serviços de despachos aduaneiros no Porto Seco. A maioria das cargas liberadas ontem ingressou no final de semana. Os auditores destacam que só serão liberados produtos perecíveis, medicamentos e cargas vivas e perigosas. O Porto Seco de Livramento e Rivera operam com uma média diária de 60 caminhões. Segundo o administrador da Eadi/Sul, Jorge Mendes, os reflexos da paralisação serão observados a partir desta terça-feira (18/03), quando deverão ingressar cargas do Uruguai. Do lado brasileiro, apenas dois caminhões entraram na segunda-feira (17/03) no Porto Seco com cargas não-perecíveis.

No porto de Rio Grande, as cargas que chegam ou saem em contêineres, principalmente, devem passar pela fiscalização. As vistorias ocorrem por amostragem. Quando ocorre operação padrão, todas as mercadorias são vistoriadas. No entanto, conforme a categoria, ainda é cedo para avaliar o volume de carga retido. Atendendo ao que determina a legislação, 30% dos fiscais seguem trabalhando na liberação prioritária de medicamentos e mercadorias perecíveis, como carne e frutas.

Por Evilázio de Oliveira