1498A Mercedes-Benz inicia hoje uma paralisação na unidade de São Bernardo do Campo/SP com o intuito de reduzir a quantidade de caminhões estocados na fábrica, número suficiente para três meses de produção. Segundo informações divulgadas, os 12.000 empregados da unidade não têm seus empregos ameaçados; eles ficarão em casa enquanto houver paralisação.

De acordo com Fernando Fontes Garcia, vice-presidente de Recursos Humanos da Mercedes-Benz do Brasil, a iniciativa é a primeira de uma série de novas medidas que estão sendo negociadas com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “As demissões são a última possibilidade da lista. Estamos buscando soluções mais criativas”, disse o executivo, que descartou o uso de férias coletivas neste momento para adequar a produção. “As ações devem ser anunciadas até o final da próxima semana”.

A montadora alemã tem um excedente de 2.100 trabalhadores na unidade do ABC Paulista e as medidas negociadas durante o ano – como férias coletivas e suspensões temporárias de contrato de trabalho – não foram suficientes para contornar a crise. Segundo a Mercedes, as vendas caíram aproximadamente 17% na comparação com o ano passado.

Apesar das tentativas da companhia para evitar tensão dentro da fábrica, trabalhadores da empresa relatam clima de incerteza. As outras unidades da montadora em Campinas (SP) e Juiz de Fora (MG) também têm cenário similar. Na fábrica mineira, o clima só não é mais alarmante porque o modelo Accelo – um caminhão de pequeno porte para tráfego em cidades produzido na unidade – é o mais vendido do Brasil.
No fim de maio, a Mercedes-Benz anunciou a suspensão temporária do contrato de trabalho de 1 500 funcionários como forma de evitar demissões na unidade do ABC Paulista, medida conhecida como lay-off. Na ocasião ficou estabelecido que entre 18 de junho e 11 de novembro, os metalúrgicos receberão bolsa mensal do fundo de amparo ao trabalhador (FAT) de 1 163 reais para frequentar um curso de qualificação profissional do Senai, com duração de 300 horas. O complemento dos salários dos metalúrgicos, que em média soma 2 800 reais, é pago pela montadora.

Da Exame.com