Durante a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), realizada de 13 a 22 de junho, na cidade do Rio de Janeiro, montadoras de caminhões apresentaram suas soluções sustentáveis para o transporte. A Volvo, por exemplo, mostrou o ônibus híbrido da marca já produzido no Brasil (até então era fabricado apenas na Suécia) movido a eletricidade e a diesel. A fábrica da Volvo, em Curitiba, é a primeira fora da Europa a produzir chassis híbridos da marca. A unidade exposta na Rio+20 é a primeira de um lote de 60 adquiridos por operadores de Curitiba. Os 30 primeiros híbridos começam a rodar em setembro em Curitiba, nas linhas convencionais bairro a bairro, e na linha Interbairros 1, ligando terminais e bairros sem passar pela região central. Os 30 restantes serão entregues no próximo ano. Inicialmente, a Volvo fabricará um chassi padrão, na configuração 4×2 eixos.
O presidente da Volvo Bus Latin America, Luis Carlos Pimenta, explica que a tecnologia Volvo permite economia de combustível de até 35% e reduz em 90% as emissões de gases poluentes, em relação aos ônibus com tecnologia Euro 3, além de não emitir ruído em cerca de 30% a 40% do tempo de operação. O híbrido tem dois motores (diesel e elétrico) que funcionam em paralelo ou de forma independente. O motor elétrico é usado para arrancar o ônibus e acelerá-lo até 20 quilômetros por hora, e também como gerador de energia durante as frenagens.
Já a Mercedes-Benz participou do evento com 10 ônibus rodoviários O 500 RS da Mercedes-Benz, movidos a 100% de diesel de cana, que foram responsáveis pelo transporte da delegações durante a Rio+20. “O uso de 100% de diesel de cana demonstra a alta competência do nosso Centro de Desenvolvimento Tecnológico na preparação de motores para combustíveis sustentáveis”, diz Gilberto Leal, gerente de Desenvolvimento de Motores da Mercedes-Benz do Brasil. Na ocasião, a Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) divulgou os resultados dos testes com o uso de 30% de diesel de cana em 20 ônibus urbanos Mercedes-Benz, que circulam em operações regulares na cidade do Rio de Janeiro desde janeiro deste ano. Após quase um semestre de testes no Rio de Janeiro, os ônibus Mercedes-Benz movidos a 30% de diesel de cana e mais 70% de diesel comercial foram aprovados por seu desempenho e pela eficácia ambiental e econômica. Além disso, cerca de 100 ônibus Mercedes-Benz a diesel de cana já circulam regularmente na cidade de São Paulo, fazendo parte da Ecofrota. Numa primeira fase de testes nos bancos de prova de seu Centro de Desenvolvimento Tecnológico, a Mercedes-Benz utilizou em um tanque de combustível 90% de diesel comercial (com teor de enxofre S50) e 10% de diesel de cana. Mesmo com um percentual aparentemente pequeno, esse combustível proporcionou redução de 9% nas emissões de Material Particulado, sem aumentar as emissões de Óxidos de Nitrogênio (NOx).
Durante a Rio+20 a montadora também anunciou a garantia dos motores da marca para uso do biodiesel B20 (teor de 20% de biodiesel). A Empresa já realizou mais de 2.200.000 km de testes de operação com biodiesel B20 em ônibus urbanos. Atualmente, misturas até B5 (teor de 5% de biodiesel) podem ser utilizadas normalmente em caminhões e ônibus, novos e usados, já incluindo os modelos que atendem ao Proconve P-7, sem necessidade de alterações no veículo e no motor. A partir de agora, isso também será válido para o B20, mantendo-se os mesmos níveis de desempenho, consumo e emissões, com destaque para a redução de 35% na emissão de Material Particulado.