Com pátios lotados, montadoras localizadas no ABC paulista estão adotando a semana de quatro dias de trabalho, caso da Ford – que implantou a medida nas linhas de carros e caminhões. Além disso, a unidade de veículos comerciais da marca parou nesta quinta-feira (10/05) e só retomará atividades na próxima semana.
Já a Mercedes-Benz, fabricante de caminhões e ônibus deu licença remunerada de um mês, a partir desta semana, para 480 funcionários. Segundo a montadora, o objetivo é evitar acúmulo de veículos no pátio. Em abril, a empresa já havia dado férias coletivas de dez dias para todos os trabalhadores. A Scania já deu quatro folgas e negocia novas paradas.
Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, afirmou que aproveitará a reunião do Conselho de Competitividade do Setor Automotivo – que acontece nesta sexta-feira (11/05), em Brasília – para levar ao governo pedido de medidas emergenciais para evitar que o quadro piore e ocorram demissões.
Para o segmento de caminhões, a entidade defenderá política específica com redução de preços dos veículos, do combustível (diesel S-50) e do aditivo, e ampliação da rede de abastecimento. O setor enfrenta dificuldades após a obrigatoriedade, a partir deste ano, da introdução da nova tecnologia, chamada de Euro 5, que reduz a emissão de poluentes, mas encarece os preços dos veículos em cerca de 15%.
\”A queda nas vendas neste início de ano era prevista, mas está mais forte do que esperávamos\”, diz. Segundo ele, além do preço, os consumidores estão receosos em adquirir os novos veículos por temerem desabastecimento do S-50.
Na segunda-feira (07/05), a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) informou que o setor encerrou abril com 366,5 mil veículos em estoque, o equivalente a 43 dias de vendas. É o maior nível desde novembro de 2008, no auge da crise financeira global, quando o encalhe atingiu 56 dias. As vendas no primeiro quadrimestre caíram 3,4% em relação ao mesmo período de 2011, para 1,076 milhão de veículos. Já a produção teve recuo de 10,1%, para 998,9 mil unidades. Só a produção de caminhões caiu 30% e a de ônibus, 35%.

Fonte: O Estado de S. Paulo