O Rodoanel Mário Covas (SP 021), rodovia ao redor da região  metropolitana da cidade de São Paulo, iniciado em 1998 e com 176,5 quilômetros de extensão, poderá ter as obras do trecho Norte retomadas no primeiro semestre de 2022.

Com os trabalhos paralisados desde 2019, o trecho de 44 quilômetros de extensão cortando os municípios de Arujá, Guarulhos e São Paulo já deveria ter sido concluído em 2014.

A expectativa de retomada se deve a um novo modelo de concessão apresentado pelo governo do Estado de São na tentativa de concluir a obra.

De acordo com a proposta, a empresa vencedora terá direito a explorar pedágios em quatro praças pelo prazo de 30 anos no trecho.

O anuncio do edital foi feito durante audiência pública dia 28 de maio na Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).

Entre os motivos da paralisação da obra há dois anos constam investigação por suspeita de superfaturamento, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, fraudes à licitação e cartel de empreiteiras.

Além disso, um estudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, (IPT) contratada pelo governo do Estado, encontrou em fevereiro do ano passado, quase 1.300 falhas no projeto e na estrutura de construção.

O estudo apontou também 59 pontos considerados grandes falhas construtivas como erosão em terrenos e estruturas, colunas desalinhadas e infiltrações.

O Rodoanel foi concebido para desafogar o trânsito na região metropolitana de São Paulo, especialmente de caminhões. Estima-se que somente no trecho Norte o movimento diário seja entre 65 mil veículos, sendo metade deles caminhões.

Seu formato radial interliga as 10 rodovias que chegam à cidade de São Paulo. São elas a Fernão Dias, Dutra, Ayrton Senna, Anchieta, Imigrantes, Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Branco, Anhanguera e Bandeirantes.

A ideia de fazer um uma via perimetral ao redor da cidade de São Paulo é bastante antiga. Segundo publicação da Dersa foi deslumbrada por urbanistas e autoridades desde a segunda sécada do século 20.

Em 1952, quando os veículos começaram a popular as ruas da cidade de São Paulo, foi dado um primeiro passo para se ter um projeto. O esboço acabou dando origem às marginais Pinheiros e Tietê.

Somente 30 anos mais tarde (em 1982), com a duas vias totalmente congestionadas se deu início à construção de um Minianel Viário e o Anel Metropolitano, sendo a atual Jacu Pêssego uma das vias.

Com a perda de via vias expressas, cerca de seter anos depois, houve  um novo projeto com o nome de Grande Anel Rodoviário, mas terminou inviabilizado pela distância da Capital.

Em 1992 foi apresentado um novo projeto com mesmo traçado do atual Rodoanel Mário Covas, com modificação do Trecho Norte, que passava por trás da Serra da Cantareira. Esse projeto virou obra em fins de 1998.

O primeiro trecho a ser entegue ao tráfego, em 2002 foi o Oeste, com 32 quilômetros, ligando a Regis Bitencourt (BR-116 à rodovia dos Bandeirantes (SP)

O segundo foi o Sul, com 61,4 quilômetros ligando a BR-116 à via Anchieta e com pontes sobre as represas Guarapiranga e Billings, ficou pronto em 2010. O terceiro foi o trecho Leste, ligando a via Anchieta à rodovia Ayrton Senna, com 48,8 km de extensão, foi inaugurado em 2014.