Nesta segunda-feira (20/08), policiais rodoviários federais decidiram entrar em greve. De acordo com a FenaPRF (Federação Nacional da Polícia Rodoviária Federal), parte do efetivo iniciou a paralisação à 0h de ontem, mas em alguns Estados os policiais devem parar no decorrer da semana.

A categoria reivindica reajuste salarial, reconhecimento do nível superior para o cargo, pagamento de adicional noturno e insalubridade e reestruturação da carreira. Segundo a federação, também falta pessoal – a defasagem chega a 4.000 policiais no País.

\”Estamos com uma falta de estrutura total, e a carreira não está ficando atrativa\”, critica o presidente da federação, Pedro Cavalcanti, para quem a greve é resultado da \”falta de capacidade\” do governo em negociar.

O governo federal já informou que os aumentos aos grevistas serão limitados a 15,8% em três anos. Pela lei, os grevistas precisam notificar a Superintendência da PRF e publicar um informe sobre a greve na imprensa, além de aguardar 72 horas antes de iniciar a paralisação. Por isso, São Paulo e Rio Grande do Norte preveem que seus policiais parem apenas na próxima sexta-feira (24/08).

O Distrito Federal deve aderir à greve já na quinta. Os policiais do Maranhão e do Paraná devem se juntar ainda esta semana, mas os sindicatos não souberam precisar a data. Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Paraíba estão entre os Estados que começaram a greve nesta segunda-feira. O sindicato da categoria no Rio Grande do Sul informou que a paralisação de seus policiais começou na última sexta-feira (17).

A orientação é que os policiais mantenham ao menos 30% do efetivo, conforme determina a lei. Os policiais estão orientados a atender apenas os casos essenciais e de emergência, como acidentes com feridos e mortos.

Representantes dos policiais federais devem se reunir na noite de amanhã com o Ministério do Planejamento, e na quarta será realizada videoconferência com todos os sindicatos da categoria para analisar o resultado do encontro.

A FenaPRF afirmou que ainda não recebeu nenhuma contraproposta do governo em relação às reivindicações da categoria. No entanto, uma reunião de negociação com o Ministério do Planejamento está marcada para a próxima quinta-feira (23).

Da Folha de S. Paulo