O preço do diesel aumenta em 24,9% a partir de amanhã (11/03). O preço médio de venda para as distribuidoras passará de R$ 3,61 para R$ 4,51. Levando em consideração a mistura de biodiesel e diesel o consumidor passará a pagar R$4,06 por litro – podendo variar cerca de R$ 0,81 por litro. Atualmente o caminhoneiro para R$ 3,25, aproximadamente. O anuncio foi feito hoje (10/03) pela Petrobras. O principal fator que impulsionou o aumento é a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. 

Conforme já havia adiantado Ricardo Lerner, executivo do setor de logística de combustíveis e CEO do Gasola, uma startup focada em realizar negociações democráticas entre transportadoras e postos de combustíveis a fim de apresentar melhores preços para empresas que possuem frota, “os impactos nas bombas de combustível irão depender de ações diplomáticas e dos desdobramentos da geopolítica mundial que deixam o mercado volátil e as cotações de dólar instáveis. Essas duas variáveis irão impactar o cálculo de preço do combustível e mudanças no cenário internacional impactam o mercado nacional, de acordo com o preço de paridade de importação (PPI) praticado pela Petrobras desde 2016, o que significa que a definição dos valores cobrados nas destilarias de petróleo serão a mesma da cotação no mercado internacional, onde a tendência é de aumentos consideráveis”.

Dicas para economizar Diesel 

Como consequência dos desdobramentos econômicos gerados pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, os preços dos combustíveis terão o reajuste de até 10%. Em relação ao diesel, com sua última alta anunciada dia 11 de janeiro, na qual o preço do diesel subiu de R$ 3,34 para R$ 3,61, as previsões, segundo especialistas, apontam que o valor pode chegar a R$ 6,51 em alguns estados do país.
“Já para os próximos dias prevemos um aumento inicial de aproximadamente 25 centavos no preço do diesel. Isso pode ser apenas o começo de mais uma grande onda de aumento”, finalizou Ricardo.

E o futuro do Diesel?

Devido ao alto preço para quem transporta no Brasil, o diesel é visto como um combustível que deve ser substituído, por outros alternativos, a curto e médios prazos nos caminhões de distribuição urbana e a longo prazo nos modelos rodoviários.

Por conta disso, fabricantes de caminhões de todo o mundo, tanto os tradicionais quanto os que surgiram nos últimos anos, trabalham constantemente para colocar no mercado veículos que utilizam outras formas de energia, inclusive sem emissões de CO2. 

Apesar de ser uma fonte de recurso teoricamente limitada, que um dia pode acabar, o diesel é, de longe, o principal combustível que move a frota mundial de transporte de carga e passageiros por ruas e estradas.

Condução correta ajuda na redução do consumo de diesel 

O engenheiro Antonio Lauro Valdivia Neto, profissional especializado em transporte, explica que o diesel representa nas operações rodoviárias entre 30% e 40% considerando todos os custos diretos, administrativos e impostos.

No caso das transportadoras, o tamanho da frota não tem influência, mas o tipo de operação sim, diz o engenheiro, acrescentando que o combustível lidera os custos com a mão de obra. “Nas operações em que se roda muito o diesel lidera, mas quando se roda pouco o combustível pode ficar em segundo lugar”.

O controle é o principal elemento que contribui para a redução do consumo de combustível. Sem ele não há como diminuir. Neste quesito, Lauro Valdivia explica que é importante saber com precisão qual é a média de consumo do caminhão para se atuar na redução. “Sem controle não se sabe qual a média de consumo e se as ações estão ou não causando efeito positivo”, diz.

No mais, a redução passa pela forma de dirigir, na qualidade da manutenção, do combustível e até a calibragem dos pneus tem influência. “Motoristas que trocam a marcha no momento correto acabam freando menos, pois utilizam mais o freio motor. Por outro lado, manter o motor bem regulado, pneus calibrados e troca de óleo em dia também contam muito”. 

O modo de dirigir o caminhão é o fator que mais impacta no consumo, podendo chegar a uma diferença de 20%.