Órgão também revela que sistema logístico está “esgotado”

1538A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) prevê que a produção brasileira de óleo diesel vai saltar de pouco mais de 40 milhões de m3, atualmente, para mais de 80 milhões de m3 em 2018. A expectativa considera projetos de refino incluídos no plano de negócios 2012-2016 da Petrobras. Alguns desses empreendimentos, no entanto, ainda estão em avaliação pela estatal.

No boletim \”Evolução do mercado de combustíveis e derivados: 2000-2012\”, divulgado ontem, a agência considerou que a primeira fase da refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, entrará em operação no fim de 2014. Já a segunda etapa dará a partida em maio de 2015, agregando no total 230 mil barris/dia à capacidade de processamento do parque de refino nacional.

A ANP também considerou o início de operação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) em abril de 2015 (primeira fase), com 165 mil barris/dia. A segunda etapa do empreendimento não foi incluída na projeção, porque a sua viabilidade financeira ainda está em avaliação pela Petrobras.

As refinarias Premium I (Maranhão) e Premium II (Ceará) estão previstas para iniciar a operação em 2017 (primeira etapa). A segunda fase das duas refinarias é estimada para 2018. Cada fase de processamento terá capacidade de 150 mil barris/dia. Os dois empreendimentos, porém, também estão sendo reavaliados.

Esgotamento logístico – O levantamento do órgão também destaca que o aumento da importação de combustíveis está esgotando o sistema logístico nacional e traz risco de desabastecimentos pontuais no País. O estudo, de 23 páginas, mostra os efeitos do aumento do consumo e das importações. Diz, por exemplo, que a necessidade logística para desembarque dos derivados aumentou 70% em apenas três anos (2008 a 2011).

Para a ANP, esta tendência deve ser mantida caso não se alterem as condições de oferta doméstica e de crescimento da demanda verificadas nos anos recentes, já que terminais, bases e refinarias operam no limite da capacidade. \”Apesar de não se vislumbrar risco de desabastecimento sistêmico, ele pode ocorrer pontualmente, como mostraram alguns episódios ocorridos em 2012\”, diz a agência.

Não há perspectiva de solução no curto prazo, diz a agência. E há inclusive dúvidas no longo prazo, já que há indefinição sobre a concretização de projetos de refinaria. As Premium I e II (Ceará e Maranhão) e a segunda fase do Comperj (RJ), por exemplo, não estão com investimentos confirmados pela Petrobrás, já que os projetos foram considerados caros demais.

Do Valor Econômico e O Estado de S. Paulo