Empresários se queixam do custo logístico para atender determinação

Quatro anos após a criação da Lei da Entrega, empresas ainda descumprem as regras que protegem o consumidor. Pelo texto, as companhias são obrigadas a oferecer a opção de entrega agendada aos clientes do Estado de São Paulo. Mas a determinação é burlada de diversas formas. As mais comuns são cobrar pelo agendamento ou estipular prazos muito longos. A Justiça considera os casos abusivos e se move para tentar, finalmente, aplicar a lei.

\”A cobrança de taxas no passado fez a lei não pegar\”, lamenta o assessor-chefe do Procon-SP, Renan Ferraciolli. O principal problema que os consumidores enfrentam atualmente, no entanto, está no prazo. Em alguns casos, ultrapassa 40 dias úteis. \”Uma entrega em 60 dias não é razoável tratando-se dos grandes players do mercado\”, diz. Tal prática faz com que muitos utilizem a entrega normal, ou seja, não exerçam seus direitos.

A principal crítica por parte dos varejistas e do e-commerce é o custo logístico. \”A logística da entrega agendada é muito difícil. Há o receio de que todos passem a agendar a entrega. Mas é preciso entender que, em geral, a pessoa agenda a entrega se for algo de maior valor agregado, como um produto da linha branca. Para um livro, geralmente, ela irá optar pela normal\”, afirma Ferraciolli.

Em dezembro, o MP abriu inquérito para investigar o descumprimento da lei em 24 empresas de diversos setores, como eletrônicos, vestuário, móveis e decoração, brinquedos e livros. O Procon-SP alerta que no caso de atrasos na entrega o consumidor pode pedir o dinheiro de volta à loja ou entrar em acordo para envio em nova data.

Do O Estado de S. Paulo