Viajar pelo País, ter liberdade de ir e vir, ser dono do seu próprio negócio, conhecer lugares e pessoas diferentes – e ser tratado como herói, em reconhecimento a toda sua importância – eram alguns dos atrativos que impulsionaram muitos jovens da década de 70 a escolherem a profissão de motorista de caminhão. Encarada com certo romantismo, a atividade geralmente era inspirada ou herdada do pai, irmão, ou parente próximo. Pode se dizer que na época havia ainda certo orgulho em ver alguém da família escolher o caminhão como ferramenta de trabalho.

Hoje com as dificuldades inerentes veteranos lembram de um tempo em que era menos difícil conseguir frete. As exigências para contratar o transporte eram muito menores. Para conseguir carga bastava ter CNH com categoria compatível ao veículo a ser conduzido, experiência de volante e realizar condução segura. Não aconteciam tantos roubos de carga e havia também perspectiva de sucesso profissional.

Ao longo dos anos muitas mudanças ocorreram no segmento de transporte. A tecnologia embarcada chegou aos caminhões e os motoristas passaram a ser mais observados, controlados e exigidos. Os horários ficaram mais apertados, a frota de caminhão cresceu, as estradas se tornaram mais perigosas e a atividade passou a exigir mais profissionalismo. Outras novidades vieram com a instituição do Registro Nacional do Transportador Terrestre (RNTRC) e o governo aprovou lei que regulamenta a profissão.

O novo cenário da atividade levou os transportadores e embarcadores a exigirem outro tipo de profissional. Atualmente, para o motorista conseguir negociar um bom frete, ele deve atender alguns requisitos básicos como caminhão atualizado, equipado e bem conservado, além de cadastro nas seguradoras, curso de aperfeiçoamento, e experiência comprovada.

Confira algumas dicas para se destacar na profissão:

  • Legislação: conhecer a legislação que engloba todo o setor de transporte, sejam as leis de trânsito, infrações, multas e obrigações por parte dos embarcadores, empregadores e autoridades como órgãos reguladores e fiscalizadores
  • Capacitação e treinamento: para acompanhar todas as mudanças na profissão e também as novas tecnologias
  • Segurança: por conta do aumento de roubo de carga o motorista deve evitar dar informações sobre seu roteiro para pessoas que não conhece. Geralmente as abordagens acontecem em postos de serviços ou áreas de descanso
  • Negociar: para ter lucro na profissão é preciso saber negociar o frete e para isso é necessário registrar todos os gastos diretos e indiretos de uma viagem. Entre os itens a serem levados em consideração estão a manutenção do veículo, depreciação, combustível, alimentação. Aceitar qualquer valor pode levar o motorista ter prejuízos na profissão.