A Régis Bittencourt é a rodovia mais perigosa para o transporte de cargas,  conforme levantamento  feito pelo Sindicato das Empresas Transportadoras de Carga do Estado de São Paulo (Setcesp). No ano passado foram registradas 353 ocorrências somente no trecho paulista da via que liga São Paulo ao Paraná. O coronel da reserva do Exército Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança da entidade, considera os 30 primeiros quilômetros das rodovias próximos à capital paulista como os mais perigosos. “As quadrilhas costumam atacar o mais perto possível de onde vão ter de entregar o produto roubado. E os grandes receptadores têm lojas legalmente estabelecidas na metrópole”, revela. De acordo com Souza, o crime organizado atua onde há menos fiscalização. “Se a polícia apertar o cerco em determinado trecho de rodovia, os bandidos migram para outro ou até para outra rodovia”, afirma o coronel. No primeiro trimestre deste ano, o Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic) prendeu 72 pessoas envolvidas em 28 crimes de roubo e receptação de carga. O delegado Adilson da Silva Aquino, chefe da Divisão de Investigações Sobre Furtos e Roubos de Carga e Veículos (Divecar), disse que as quadrilhas são compartimentadas. “Há um grupo para roubar, outro para intermediar a carga ou o caminhão roubado e os receptadores”, explica o policial. Para o inspetor Edson Varanda, porta-voz da Polícia Rodoviária Federal, o número de roubos de carga na Rodovia Régis Bittencourt é inferior ao divulgado pelo sindicato. “Mesmo sem as estatísticas, garanto que não passa de 170 casos”, afirma. Segundo o Setcesp, o levantamento é feito com base no registro de BOs.

Fonte: Jornal da Tarde