A falta de investimentos em infraestrutura portuária é o principal fator da situação no Porto de Paranaguá segundo afirmação de Laudio Luiz Soder, diretor do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar). No porto da região, motoristas de caminhão, principalmente transportadores da safra de grãos do Estado paranaense, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso enfrentam com frequência filas quilométricas para descarregar mercadorias. Para se ter uma ideia, no final de fevereiro foram registrados mais de 30 quilômetros de congestionamento no local. “Sabemos que infelizmente a fila ocorre todos os anos e com maior frequência nas épocas de safra, mas esta situação não deve ser vista como normal. Na verdade trata-se de um problema logístico. O porto deveria receber mais investimentos em armazéns capazes de receber os volumes de produtos que são remetidos para posterior exportação. Fato que não está ocorrendo”, explica Luiz Soder.

Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2010, apontam valor de R$ 42,88 bilhões para a construção, ampliação e recuperação de áreas portuárias, obras de acessos terrestres, dragagem e derrocamento, entre outras melhorias. “Contamos com uma infraestrutura portuária que não recebe atenção há anos. Se não queremos sofrer um apagão logístico precisamos com a máxima urgência de recursos aplicados neste segmento” afirma o diretor da Setcepar.

Luiz Soder destaca que os congestionamentos no Porto de Paranaguá causam prejuízos gigantescos para o transportador, pois enquanto aguarda a descarga, o caminhão não tem faturamento. “Com os caminhões parados, as transportadoras têm dificuldade em receber indenizações de estadias, que não cobrem os custos dos veículos parados. Os reflexos desse gargalo prejudicam o agricultor, a agroindústria e aumentam o custo dos produtos exportados. Mais um item do chamado Custo Brasil. Este é um problema que precisa ser resolvido com urgência por todos os componentes da cadeia logística, com o apoio do governo”, afirma.