Estimativa é que valor cobrado pelo transporte suba 2,5%

1447A possível alta do preço dos combustíveis – que está sendo avaliada pelo governo – tende a afetar toda atividade econômica do País. Na avaliação feita por João Chierighini, gerente de logística da Bioagência, o impacto maior deve ser sentido no setor de logística, já que o escoamento de produção se dá em grande parte pelas rodovias.

A estimativa é que o valor do diesel aumente 5%, e esse valor deve ser repassado ao consumidor. \”O valor do frete pode subir 2,5%, já que o diesel é responsável cerca de 35% a 40% de composição do preço (cobrado pelo setor). Seu efeito é amplo, se estendendo a todas as atividades de bens e serviços, mas é difícil calcular ao certo\”, diz.

Diante de um cenário de alta demanda por combustíveis, Chierighini acredita que as empresas repassarão 100% do reajuste aos produtos. Já Rafael Costa Lima, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apesar de acreditar também neste cenário, observa que o repasse aos produtos deve acontecer ao longo do ano e sem muito efeito para o consumidor. Segundo ele, a inflação será mais sentida no segmento de transporte de passageiros.

\”As negociações em torno da definição dos valores das passagens de ônibus, tanto para transporte coletivo quanto rodoviário, devem ser bem pressionadas pelos agentes do setor\”, afirma, lembrando que o consumidor com até 10 salários mínimos destina cerca de 3,1% de seu orçamento para custear transporte público; 0,41% transporte rodoviário e 0,13% com uso de táxi.

O fato de o governo ter mostrado durante o ano de 2012 preocupação com o fraco desempenho da economia sem dar muita vazão à inflação faz com que esteja agora em uma sinuca de bico, segundo o coordenador. \”Ele (governo) não sabe como combater a inflação sem desestimular o crescimento\”, diz.

Do Brasil Econômico