Com isso, fluxo pode aumentar em até 3,6 mil caminhões bitrem por mês

1432Em um momento em que ocorrências pontuais de filas de caminhões destinados ao porto de Santos (SP) voltam a causar transtornos em rodovias paulistas, um problema adicional pode causar mais congestionamentos. A estiagem que durou quase um mês diminuiu em cerca de um terço a capacidade de transporte da Hidrovia Tietê-Paraná, o que já obriga algumas empresas a migrar suas cargas para as carretas.

Os 18 comboios atualmente em operação na hidrovia estão operando, cada qual, com até 4 mil toneladas. Em condições normais, eles podem transportar 6 mil toneladas. A estimativa é que a redução da navegabilidade na Tietê-Paraná transfira por mês 126 mil toneladas para as rodovias, ou 3,6 mil caminhões do tipo bitrem. São 120 carretas a mais por dia.

Segundo o Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, as chuvas dos últimos dias não foram suficientes para melhorar a situação. \”Pelo contrário, o nível dos reservatórios das usinas de Ilha Solteira e Três Irmãos diminuiu. E a programação é que até sexta chegue a uma cota de esvaziamento que compromete a hidrovia\”, afirmou o diretor do Departamento, Casemiro Carvalho.

O agronegócio é o principal usuário da Tietê-Paraná, ocupando 12 dos 18 comboios disponíveis. As empresas combinam o transporte hidroviário ao ferroviário para acessar o porto de Santos, por onde é exportada 30% da soja e 50% do milho nacionais. As barcaças são carregadas em São Simão (GO) e navegam até Pederneiras (SP), num trajeto de quase 650 quilômetros. De lá, a carga é colocada na ferrovia que chega a Santos. Para não perder o navio, os donos de cargas têm de recorrer de última hora ao frete rodoviário no mercado spot, geralmente mais caro.

Do Valor Econômico