Levantamento divulgado pelo Sindipeças e Abipeças, entidades representantes das fabricantes de autopeças no Brasil, revela que as fábricas nacionais não acompanharão o ritmo das montadoras no País.  De acordo com o documento, no próximo ano, a quantidade de importações feitas pelo setor deve superar o número de exportações registradas. O saldo da balança comercial ficará negativo em US$ 5,59 bilhões em 2012, o que até agosto deste ano esteve em US$ 3,205 bilhões.
Para as fabricantes de autopeças, tal aumento é consequência direta da falta de mecanismos para proteção efetiva aos componentes nacionais e a concorrência acirrada com os importados. O novo regime automotivo, que aumenta em 30 pontos percentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, alegam os fabricantes de autopeças, não beneficia suficientemente o setor.
Para Mario Milani, sócio-presidente da Fiamm Latin America, empresa fornecedora de buzinas originais, se foi criada uma medida de proteção a favor das montadoras nacionais, que não conseguiam competir com os importados, os mesmo deve ocorrer com as autopeças.
Segundo Letícia Costa, especialista em negócios e tendências da indústria automobilística e sócia-diretora da Prada Assessoria, “Claramente, há pressões de diferentes naturezas sobre a indústria e a produção física de autopeças não tem acompanhado o crescimento das montadoras\”.
De acordo com o presidente da Sindipeças, Paulo Butori, “Há um carnaval de anúncios na indústria automobilística e, para acompanhar o índice de nacionalização, as autopeças deveriam investir o dobro do que é anunciado pelas montadoras,” declarou o executivo. Mesmo em meio a esse cenário, a previsão da Sindipeças é de que a produção do setor, ainda neste ano, deve ficar em 3,6 milhões de unidades e alcançar 3,75 milhões em 2012.

Fonte: Valor Econômico